ARTE DE VIVER

Quando nos tornamos instrumentos da vontade divina estamos em condições de canalizar o fluxo dessa energia cósmica de maneira que ela se torne expressão de criatividade. Somos a materialização daquela vontade e, como tal, temos de deixar transparecer os dons concedidos, sem inibições nem arrogância. A criatividade é um processo de gestação que tem um tempo próprio e dá origem a novas vivências, frutos que manterão ternamente ligados os intervenientes no processo. Essa ligação ultrapassa a compreensão humana pois a criatividade é a forma de aceitarmos a nossa divindade.
A serenidade só é possível quando existe um tempo de pausa e de reflexão, escutando o silêncio que cresce dentro de nós, transformando-se em canto de pássaros numa manhã de Primavera. É imprescindível que a nossa alma seja banhada pela Luz para que se renove a esperança de forma inequívoca.
Estar aqui e agora, num momento em que o meu corpo pede descanso, é transcender a matéria e sentir que não somos, realmente, o corpo, nem tão pouco a mente. O que está para além de nós é a própria Vida, a Essência mais pura que nos leva para onde temos de ir e que se molda aos tempos e aos espaços.
Estamos aqui para cumprir um destino e, por fim, alcançarmos a libertação destes pesos, ultrapassando os obstáculos que nos impedem de ser o que temos de ser, fazer o que temos de fazer. A materialização do pensamento passa por uma purificação. Vamos retirando os véus da ignorância, reconhecendo o que está por detrás do esquecimento. Sabíamos e não sabíamos que sabíamos! Tudo o que gostaríamos de ser ou fazer não tem a mínima importância pois tudo o que somos ou fazemos são apenas passagens para outros mundos. As diferentes formas de expressão que usamos são meros veículos que nos levam a alcançar outros tempos, outros espaços.
É preciso silêncio para calar bem fundo aquilo que não precisamos ser para SER. O silêncio é um mar de calma onde os pássaros reflectem as suas asas, pairando ao vento. Nas profundezas de um Oceano de Paz mergulhamos para receber o Conhecimento que algum dia nos escapou. Envoltos pelas águas, diluímos a nossa consciência como uma gota que se confunde, se integra nas águas temperadas pelo sal da Vida.
Não é preciso querer ser alguma coisa pois já somos tudo! As dores, os cansaços, as alegrias não são o obstáculo. A relação com os outros far-se-á cada vez mais pelos silêncios do que pelas palavras. Jamais precisaremos de explicar tanto a tanta gente. Seremos mais simples no dia-a-dia para que sobre mais tempo para o que é importante: A CRIATIVIDADE – ARTE DE VIVER.

Fiquem bem!

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