CAPACIDADES

 

CAPACIDADES

Tomar consciência das nossas capacidades é o meio que nos permite fazer uma avaliação da sua medida e do interesse adequado a cada momento ou oportunidade de servir um propósito ou uma necessidade. As capacidades fazem parte de uma condição que pode ser desenvolvida ao longo da vida e de acordo com a ocasião, despertada para o seu uso. Dizem que a necessidade faz o engenho, uma prova de que só através da experiência se pode entender uma função ou uma capacidade, adaptada às circunstâncias. Há dons que se despertam inesperadamente e que nos podem surpreender. Esperar o inesperado é o factor a ter em conta, quando estamos prontos e disponíveis, capazes de captar as informações necessárias para cada momento.

À nascença, trazemos connosco um manancial de conhecimentos, uma espécie de "mochilinha" que vamos carregando e usando conforme as necessidades se apresentem e muito temos, igualmente, de ir dispensando por falta de interesse ou por ser, simplesmente, dispensável. A leitura que faço das experiências vividas, tem-me mostrado que não sabia que sabia e que fui despertando gradualmente, tomando alguma consciência dos valores acordados, com a ajuda de todos quantos por mim vão passando e fazendo de espelho, onde me vejo ou que é importante ver, para perceber.

As pessoas à minha volta, sempre tiveram um grande papel, pois, por algum motivo, me sentia qual estátua, presa a preconceitos e a modelos que, sem eu própria saber, não se adaptavam à minha maneira de ser. Fui fazendo o que era suposto, sem grande preocupação com o meu sentir mais profundo e, no entanto, também não me sentindo verdadeiramente mal! O despertar da minha consciência, foi fascinante, mas difícil e complexo por fugir aos lugares comuns. Olhando para trás, posso afirmar que, de repente, eram duas as pessoas a viver em mim! Uma, perfeitamente adaptada às necessidades onde me encontro inserida e a outra a fugir dessa realidade e a ir ao encontro de outras vivências, estranhas, mas extraordinárias.

Pés na terra e cabeça nas nuvens, passou a ser o modo que arranjei para conseguir "sobreviver" e seguir pelo caminho traçado, o material e o subtil que, no entanto, me parece ser bastante concreto, muito verdadeiro mesmo. No momento que estou a viver agora, posso afirmar que tudo o que percorri me foi útil, passando a ser uma base de segurança, necessária para continuar a gozar o prazer dum mundo etéreo, em que a criatividade assume um grande papel, como meio de ligação com o grupo de almas a que pertenço e a que me dedico, sem expectativas, mas a saborear o conforto que essa união me dá. Estou bem, sinto-me bem e esse é o meu direito!