BERÇO
Uma questão de berço pode ser um tema de referência à nossa origem e condição,
pois todos temos de chegar a esta vida preparados para dar conta dos recados
que trazemos para dar e fazer as respectivas entregas, ao mesmo tempo que vamos
ter de cumprir as tarefas agendadas ou que estão num menu imprevisível e,
muitas vezes, surpreendente.
À medida que nos vamos desenvolvendo e vivendo inúmeras experiências e umas
tantas vivências, descobrimos a nossa verdadeira essência, tomando consciência
dos factores que nos permitem chegar aonde temos de chegar e ser o que temos de
ser. O resultado das nossas acções, associadas à intenção proposta, será a
marca indelével das passagens e dos passos dados do que vamos fazendo, com a certeza de ser bom
sentir alguma segurança e a protecção adequada, pelos simples facto de que
somos, estamos prontos e disponíveis para actuar de acordo com as necessidades
e as circunstâncias.
O nosso ponto de partida para esta viagem conta muito, pois essa condição prepara-nos
para o que nos espera e determina o nível das capacidades adquiridas, para que
seja possível ou mesmo viável, avançar com segurança e determinação para a
existência programada ou proposta. As condições básicas são essenciais e
depende delas a concretização dos objectivos que a própria vida nos apresenta.
O corpo e a mente, são uma combinação que importa trabalhar de maneira a
servir-nos como instrumento de autoconhecimento, caminhando em uníssono até que
se feche este círculo de vida.
Ao longo da existência somos postos à prova, percebendo em que ponto nos
encontramos afim de gerir qualidades e uma afirmação que nos permita seguir com
determinação e um grau de autoestima suficiente. A importância do berço em que
caímos é determinante, pois condiciona-nos pela vida fora, uma vez ser essa a
base de sustentação da forma como é possível cumprir o que há para cumprir. Os
acontecimentos serão sempre o espelho em que nos podemos rever e saber o rumo a
seguir com alguma confiança. Sentir no corpo o efeito das acções é, igualmente,
o meio ideal, pois o corpo manifesta-se com os seus sinais próprios que importa
aprender para os conhecer. Cada etapa segue e vamos colhendo os frutos do que vamos
plantando, garantindo um acolhimento dos que nos rodeiam e fazem parte do grupo
de almas a que pertencemos, saboreando ao mesmo tempo, as dádivas e as
partilhas que vão acontecendo pelo caminho. Claro que sabemos como é bom estar
só, mas não sozinho!
Um berço como ponto de partida e uma consciência apurada, são
a nossa condição básica, para que o caminho percorrido ou a percorrer, seja
sempre feito com os olhos postos na luz, preparados para que a próxima etapa
nos mostre um resultado satisfatório neste processo de evolução. Uma responsabilidade
e um privilégio que nos permite ser o que temos de ser e estar com quem temos
de estar. Gratos e muito atentos…
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