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A mostrar mensagens de junho, 2006

EM MOVIMENTO

“A energia em movimento provoca estados alterados de consciência que desencadeiam processos imparáveis, originando todos aqueles acontecimentos que se esperam, apesar de inesperados. O encontro das almas dá-se no instante em que se reconhecem como irmãs, fruto do mesmo ventre celestial. A unidade na diversidade é a prova que precisavam para acreditar.” Ter casa própria permitiu-nos desenvolver um trabalho de acordo com a vibração que se foi estabelecendo e concretizando. A frequência em que nos movimentamos é determinante para o processo em curso. A experiência adquirida ao longo dos anos é a mais valia para qualquer trabalho e muito mais quando nos metemos por caminhos de espiritualidade. O grupo que serviu de base a esta aventura, foi-se consolidando e esta dinâmica permitiu-me avançar com alguma temeridade e a confiança possível. As coisas foram-se fazendo, com as dificuldades próprias de projectos inovadores e mesmo arrojados para a época. O pioneirismo tem o seu preço, mas também

DE CAIXEIRO VIAJANTE À CASA PRÓPRIA

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A minha primeira experiência como uma verdadeira Instrutora de Yoga, deu-se quando decidi arriscar oferecendo os meus serviços ao Clube Atlético de Alvalade. Uma amiga fazia lá ginástica e disse-me que não tinham aulas de Yoga, por isso, resolvi apresentar-me à direcção do clube que se mostrou muito interessada. Nesse tempo o clube era muito modesto e gerido por carolas o que me agradou logo. O espaço que encontrámos não era a última maravilha.... um sala onde se faziam trabalhos de pintura decorativa, chão de cimento e com um acesso complicado (tinha de se passar pela sala de “ballet”). Mas, como a vontade de começar era muita, aceitei o desafio e começámos com cobertores no chão, um candeeiro de bicha e o aquecimento, tudo coisas que trouxe de casa. Apesar das condições precárias, começaram a aparecer alunos (mais alunas, claro!) e o entusiasmo pegou de tal maneira que, no ano seguinte, alcatifaram a sala. Duas das primeiras alunas, fizeram-se instrutoras e uma delas, apesar dos seus

TEMPO DE LUTA, TEMPO DE CONQUISTA

Como o tempo “não” existe, não me tenho preocupado em demasia com a ordem cronológica dos acontecimentos porque, à medida que as memórias desfilam no meu Ser e no meu Estar, tento ver as situações com uma certa distância, alguma emoção e desapego pois o tempo também nos dá outra medida e outros olhares. Quando vos disse que, depois da viagem, se seguiram tempos difíceis, não estava a pintar as coisas demasiadamente escuras. A verdade é que a descoberta do Yoga fez com que se desse uma revolução em mim pois comecei a ter mais consciência do que era e como era a minha verdade e ao mesmo tempo que tentava acompanhar o crescimento dos meus filhos que estavam em adolescência aguda, todos ao mesmo tempo!!! Desequilíbrios de vária ordem que, várias vezes, me tiraram do sério... Lidar com uma família em crescimento acelerado, num tempo em que as portas de Portugal se abriram à Liberdade, foi tarefa ciclópica, com resultados nem sempre da melhor qualidade. Não vou entrar pelos caminhos do julga

REGRESSO

A paragem em Bombaim foi de algumas horas o que deu para mais algumas compras. Eu, por exemplo, tive de adquirir uma mala para conseguir encaixar o que trazia e o que ainda comprei. As coisas são baratíssimas e uma tentação pela originalidade e, além disso, nós temos o costume de levar lembranças para a família. Nesse tempo não havia por cá o que há agora, é preciso que se note. Jantámos onde calhou, mas eu não estava muito bem disposta; os balanços do comboio fizeram-me enjoar quando poisei os pés em terra. Foram muitas horas com pouco descanso. Depois do jantar começámos a aventura da viagem para o aeroporto. Tínhamos deixado as malas na estação e de lá seguimos, tendo apanhado pelo caminho os festejos do dia de “São” Ganesha. Parecia Carnaval. Grupos de gente empunhando estátuas do deus todo enfeitado, cantavam, dançavam e atiravam “kum-kum” (pó vermelho para dar sorte) uns aos outros. Ao princípio achámos graça, mas a demora do trânsito tornou-se cansativa por causa do pó e do calo

ÚLTIMOS CARTUCHOS

Chegámos ao último dia de estadia em terreno sagrado. Acordei cedo como sempre e tive de esperar que os meus amigos dessem à costa para tomarmos o pequeno-almoço. Enquanto esperava por eles, quem deu à costa foi o sr. Singh com dois rapazes amigos e curiosos. Fizeram-me companhia e lá estivemos a conversar, com o sr. Singh a fazer de interprete. Falámos de tudo um pouco, expliquei-lhes como era e onde era Portugal, como era a nossa cultura e a nossa religião, etc. Logo que nos despachámos, seguimos para o Ashram do Sai Baba, um mestre muito conhecido tanto lá como no Ocidente. A casa era uma moradia muito bem arranjada e tinha um guarda visto não estar lá ninguém. Como nada de interesse se passasse ali, seguimos em direcção à floresta, atravessando a ponte virámos a montante. Embrenhámo-nos floresta dentro e logo começámos a transpirar. A sensação de estar numa floresta densa, onde o Sol não penetra, é estranha e, de certo modo claustrofóbica. Visitámos uma gruta onde era suposto estar

NOVAS VISITAS

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À tarde fomos então com o nosso guia visitar o Ashram do Maharish Mahesh que é o “Guru” da Meditação Transcendental. Metade do caminho era semelhante ao daquele em que fizemos a visita ao yogui da montanha, mas a certa altura atravessámos uma denssíssima floresta, linda, linda. O calor é que era sufocante e o suor corria-nos em bica. Ao chegarmos, ainda tivemos de subir uma grande rampa e, no fim, não nos deixaram entrar. Uma barreira de rapazes logo se impôs, dizendo que não era permitida a entrada sem uma licença especial. Por favor, deixaram que visitássemos um exemplar das cabanas próprias para meditar, do tipo “iglo”, com dois andares; em baixo o quarto, lá em cima o espaço suficiente para se ficar sentado e uma casa de banho lá fora. Via-se que havia uma certa pretensão na ideia, coisa do tempo em que os “Beatles” iam à Índia à procura de inspiração. Aliás foram eles que levaram o dito Guru para a América, que lá se está bem melhor do que na Índia... O que ficou estava entregue

CERIMÓNIA (PUJA)

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E, assim, fomos avançando na nossa viagem ao tempo de mestres e discípulos, uma etapa que se tornou num prenúncio da minha orientação futura em termos de prática e ensino. Naquela época éramos um tanto ou quanto autodidactas, apesar da frequência dos vários cursos em Inglaterra e País de Gales. A mim faltava-me um método que me permitisse dar um sentido mais consistente à minha maneira de ensinar e viver a própria experiência do Yoga e o contacto com os ensinamentos de Sivananda tornou-se marcante, principalmente, quando comecei a ler os seus escritos e, mais tarde, ao encontrar-me com um grupo dirigido por um dos seus discípulos, o que vos contarei a devido tempo. Rumámos até ao Ashram do mestre Sivananda para assistirmos às cerimónias do Ganesha Puja (louvor ao deus Ganesha), à beira do rio Ganges. Estava um belo dia, segundo me diz o meu diário, a prometer bastante calor. Quando chegámos, ainda estava pouca gente no sítio onde se encontrava uma imagem de Ganesha, considerado o deus