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NATAL DE DEUSES

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“ Olho o Céu, vejo o Mar e as sombras que se projectam na areia e quedo-me em meditação, penetrando nos mistérios da existência. Quem sou eu? O Céu, o Mar, as sombras ou a areia?... A minha Alma expande-se e segue ao encontro do Grupo de Almas a que pertenço e a alegria torna-se num estado em que se diluem as diferenças, se ampliam as semelhanças e, contudo, a condição de Ser “Único” continua a dar respostas ao impulso de evolução deste Ego terreno voluvelmente saudável. Medito e, ao fundo, vejo o Natal dos Homens transformar-se em Natal de Deuses. A leveza do Ser permite-me um movimento imparável em direcção ao Absoluto. Descanso, por fim, na própria Essência.” SO HAM, SO HAM, SO AHM, SO HAM EU SOU, EU SOU, EU SOU, EU SOU Fiquem bem, avançando para o novo ano com determinação e alegria, fechando as portas ao que passou, guardadas na memória as experiências vividas como parte da vossa história!

ACONTECIMENTO

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Chegou, no dia 20, o oitavo elemento da 3ª geração da nossa Família! Escusado será dizer que foi a melhor prenda de natal que podíamos ter. Estamos imensamente felizes porque o mundo precisa muito de crianças desejadas, entregues a Pais conscientes e com uma grande capacidade de amar. Confesso que, tive a noção de eternidade quando nasceu o primeiro neto, hoje com belos 16 anos. Quando nascem os filhos, somos muito novos para pensar nessas coisas, mas os netos apresentam-se numa altura da nossa existência em que valorizamos os anos que passam, desejando que a nossa “marca” não se apague. O sentimento que emergiu ao ter nos braços aquele pequenino Ser, foi de grande alegria e imenso orgulho por saber que ele representava a continuidade de uma família com características próprias, numa sistémica geracional bem ordenada. Aprendi o valor da união familiar, o respeito pela ética e pela ordem e é com alegria que vejo a família crescer com esses valores, não impostos, que acontecem naturalmen

UM FILHO, UMA ÁRVORE, UMLIVRO...

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Pois é... Dizem que uma pessoa se realiza quando tem um filho, planta uma árvore e escreve um livro. Eu tive quatro filhos, tenho quase oito netos (a última está mesmo a chegar), já plantei algumas árvores e, o livro que vos apresento, é o também o quarto! Como sabem, a escrita faz parte da minha vida como forma de expressão de sentimentos mais do que de ideias, tendo nascido espontaneamente. Na minha família corre o sangue das letras que põem no papel o que vai na alma ou quando se tem necessidade de passar informações úteis. O primeiro que publiquei, “O Caderno do Praticante” (edição da Associação de Yoga Sivananda portuguesa), nasceu da necessidade de ajudar os que se iam formando como Instrutores de Yoga, o segundo, “Contacto – Corpo, Mente e Espírito”, surgiu como consequência do desenvolvimento espiritual da minha discípula Paula Mora e os seus textos representam esse processo que acompanhei com muito amor, o terceiro, “O Caminho da Sabedoria”, já chegou através de uma editora qu

UM NATAL MAIS BRANCO

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Habitualmente, representa-se o Natal sob a forma de paisagem em que a neve predomina. À neve, na sua brancura, associa-se a ideia de pureza, estado de elevação espiritual a que conduz, ou devia conduzir, a época de Natal. Mas, será que essa brancura existe? Será que o processo de branqueamento não é antes um processo de escurecimento?... A sociedade de consumo em que vivemos, leva-nos a festejar o Natal numa euforia de gastos supérfluos que, lá para meados de Janeiro nos dão amargos de boca, depressa fazendo esquecer o repicar dos sinos. A paisagem fica, subitamente, enegrecida e os votos de Bom Natal diluem-se como nuvens esfarrapadas em dia de ventania. Jesus, ao nascer pobre, desceu à Terra despojado de bens materiais. Nasceu humilde – NASCEU! Nascer significa abrir os olhos à Vida, enfrentar o mundo com o grito do primeiro choro. Enfrentar o Mundo é o primeiro acto do primeiro instante da existência. A partir daí, é uma evolução constante e progressiva que nos permite sobreviver nu

ESTÓRIA DUM NATAL

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O Natal é uma época de contradições, de alegrias e tristezas sem fim e muitas saudades, mas também é uma altura em que podem acontecer coisas engraçadas. Quando estava a matutar sobre o que me apetecia escrever nestas conversa siderais, veio-me à cabeça uma estória passada num, longínquo, Natal de família. Durante muitos anos, tínhamos o hábito de nos juntarmos todos em casa do meu irmão, o único com espaço suficiente para o grande grupo que formamos entre irmãos, filhos e netos respectivos, mais alguns colaterais. Como é evidente, o menu era construído a partir de um plano elaborado pela minha cunhada que é uma pessoa organizadíssima. Cada família tinha de levar um prato salgado e outro de sobremesa, de acordo com o número dos seus membros e a sua aptidão para a cozinha. Nas sobremesas, a mim calhava-me sempre as filhós (algumas pessoas chamam coscorões àquele tipo que faço) e naquele ano, pediram-me que apresentasse um perú com recheio de castanhas. Normalmente havia mais do que um o

PEQUENAS COISAS

Sempre achei que há pequenas coisas que fazem a diferença na nossa vida e na dos outros, mas foi quando comecei a dar aulas de Yoga que entendi a sua importância. Atitudes, gestos ou palavras não têm de ser espectaculares para sortirem efeito no ambiente que nos rodeia. Muitas acções que, para mim, eram naturais, surpreendiam aqueles com quem comecei a contactar sem a proximidade familiar ou afectiva. Aprendi a dar atenção às pessoas com a minha Mãe que nos ensinou a validade dessa forma de estar na vida. Ao longo de tantos anos foram passando pelas minhas aulas, muitas pessoas que vinham à descoberta do Yoga como filosofia ou, simplesmente, para aprenderem o bem-estar que as técnicas e as práticas ensinam. Alguns ficavam admirados quando, passado tempo de ausência, voltavam e eu me lembrava dos seus nomes! Faço questão de conhecer as pessoas pelo nome que usam e, para isso, me concentro com alguma insistência quando as caras não se apresentam com assiduidade. É claro que, passados tan

AMOR INCONDICIONAL

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Isto do amor incondicional tem muito que se lhe diga! No meu próximo livro, a sair antes do Natal (“A Alma e os seus Percursos”, editorial Novalis), é mencionado várias vezes, mas penso que por ali vão entender o que quero dizer quando dele falo. Quem está familiarizado com o sistema de Chakras perceberá que este amor só acontece quando se alcançou um determinado estado de evolução. O plexo solar está relacionado com as emoções e, em consequência, com os afectos em que a norma é dar e receber na mesma medida, amar e ser amado(a) e, por isso, é uma zona do nosso corpo que se manifesta constantemente e sofre das perturbações mais comuns: dores de estômago, desarranjos intestinais, etc.. Amar incondicionalmente implica ter o Chakra do coração aberto e perceber que se pode amar sem gostar... Foi isso que eu disse: amar, mesmo sem gostar. Os afectos têm, por necessidade, que ter troca, enquanto quando se ama, a troca é implícita, ou seja, quando amo alguém sem dele, ou dela, nada esperar, a

ANIVERSÁRIO

Como o tempo passa... Faz hoje um ano que embarquei neste desafio que é comunicar através dum blogue. Passados que foram oitenta e tal textos, posso considerar que tem sido uma experiência, para além de positiva, fascinante. A perspectiva que tenho deste universo é sentir que estou próximo de muita gente que me “descobre”, sem a proximidade física que outros contactos exigem e, por isso, me permite gozar da liberdade própria de quem escreve sem expectativas, mas com a esperança de encontros sem apegos. Para além dos que se manifestam nos comentários, através de e.mails ou mesmo pessoalmente, há leitores anónimos que me privilegiam com a sua presença, facilmente constatada pelo número de visitas. Acho que ninguém escreve desta maneira sem esperar que alguém veja, senão bastaria criar um diário pessoal e privado. Escrevo porque gosto desta forma de comunicação e porque a timidez que me caracteriza faz com que, assim, seja mais fácil falar das minhas experiências de vida, cujas vivências

ESPERAR O INESPERADO

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De vez em quando dá-me para voltar atrás e rebuscar no meu baú das memórias, vivências tão extraordinárias quanto divertidas e que, ao mesmo tempo, sejam lições de vida para os que me acompanham como foram para mim. Numa altura em que o contacto com a “Fundação Yoga para a Paz” (Espanha) era frequente, foi-me proposto participar numas “Férias Inteligentes” que organizam anualmente e que pretendem dar às pessoas a oportunidade de gozarem uma férias repousantes e, simultaneamente, enriquecedoras com várias actividades, práticas e teóricas que fazem com que as pessoas aprendam e convivam num meio saudável e alegre. A mim calhou-me fazer um mini curso de “Shiatsu” durante três semanas, para além de atendimentos individuais, ao mesmo tempo que podia participar nas meditações matinais, nas aulas de Yoga e nas palestras que suscitassem o meu interesse. O local escolhido nesse ano, foi um belo Hotel, na Praia Branca, em Lanzarote, corria o ano de 1993. Como devem calcular, o desafio não era pe

OS ELEMENTOS

OS ELEMENTOS COMBINAM-SE PARA SEREM VIDA, MOVIMENTO, LUZ, ENERGIA E AMOR Neste dia em que a chuva nos tocou, saudamos essa energia purificadora, deixando que a nossa Alma seja consagrada no altar do Amor incondicional. A serenidade do Outono é uma passagem e um tempo de reflexão para que possamos escutar o silêncio que vai crescendo dentro de nós, resguardados, protegidos e confiantes, chegando onde temos de chegar. As folhas caem, baloiçando ao vento, tocam o chão que as recebe para serem o alimento da esperança, com os olhos postos na Primavera que nos espera. Fiquem bem!

CALOR

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Olho o Céu que espreita da janela do meu escritório caseiro e, não fora as árvores mostrarem os seus ramos meio desnudados, pensaria que estávamos ainda no Verão... O calor aperta mas não apetece praia! Sente-se no ar um desejo a Outono pois é confuso ter tempo de férias e estar a trabalhar. Por um lado há queixas e comentários: “Este tempo quente não é normal... estamos fartos de calor!!!”. No entanto, como somos criaturas contraditórias, também não nos cansamos de dizer que, apesar de tudo, este tempo sem chuva nem frio é bom... Nas traseiras do meu escritório propriamente dito avisto uma nespereira que, coitada, está baralhada com este clima e já começou a dar flor o que é suposto ser só lá para Janeiro. Na sua inocência de simples árvore de fruto, não entendeu o que estava a acontecer e, por isso, segue o esquema calor = a Primavera. Paciência... Serve esta introdução para falar de livre arbítrio. Será que o temos verdadeiramente?... Que forças nos comandam para que tenhamos de pro

UMA CASA CHEIA

Os que me têm acompanhado neste desfilar de memórias, já devem ter percebido que a minha vida é como uma casa cheia. Comecei por nascer numa família que se foi reproduzindo sem preconceitos ou demasiada programação. Os meus Pais tiveram quatro filhos (infelizmente, um morreu bébé) que, por sua vez se multiplicaram até aos treze netos que vieram a dar fruto, sendo que se contam, até agora 30 e, em breve, 31 bisnetos!!! Enquanto a minha Mãe foi viva, e a conta de bisnetos não estava tão avançada, conseguíamos reunir-nos no Natal em casa do meu irmão (no último que lá passámos seríamos umas sessenta pessoas). A minha Mãe fazia muita questão nessa reunião de família, mas o grupo começava a pesar aos hospedeiros, apesar da boa vontade e do espaço ser, apesar de tudo, bastante. Quando a minha Mãe passou para outra dimensão, livre do corpo que já lhe pesava, decidimos que era altura de cada um ficar na sua própria casa, o que vem acontecendo desde então. Agora encontramo-nos mais espaçadament

UM TEMPO

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Temos de ter em consideração que é preciso um tempo para que o entendimento com os outros se faça sem que seja preciso romper barreiras defensivas que todos, de um modo ou de outro, criamos ao longo da existência. Por esse facto, podemos dizer que amar é ter consciência do tempo daqueles com quem privamos, saber escutar e fazer a ligação de forma amorosa, dando sem expectativas, mas com a certeza de que nas acções, como nos pensamentos o que conta é a intenção, controlando as emoções para que se possa experimentar uma sensação de bem-estar enquanto se esperam respostas que dêem as pistas necessárias para se prosseguir com este ou aquele contacto. A relação com os outros dá-nos uma perspectiva do que sentimos e permite-nos avaliar o estado de evolução em que nos encontramos, um verdadeiro espelho onde nos revemos, de preferência, sem julgamentos apressados. É preciso um tempo para perceber o que está para além do imediato instinto que nos avisa da necessidade de lutar ou fugir. Consider

"DHARMA" E SAÚDE

Este texto que vos deixo fui buscá-lo ao meu livro "O Caminho da Sabedoria" (Editorial Angelorum Novalis que também vai publicar o meu próximo, com o o título "A Alma e os seus Percursos) e vem a propósito duma conversa com uma amiga em que falávamos da palavra "Dharma", consciência do dever e sua relação com a saúde. “A CADA INSTANTE, O CÉREBRO TEM AO SEU DISPÔR QUALQUER COISA DE MUITO ÚTIL E ESPECIAL: A REPRESENTAÇÃO DINÂMICA DUMA ENTIDADE COM UMA AMPLITUDE LIMITADA DE ESTADOS POSSÍVEIS A QUE SE CHAMA CORPO.” In “O Sentimento de Si” António Damásio A troca de experiências, a aprendizagem e o convívio são os principais factores que unem os indivíduos, seja no trabalho, na escola ou em sociedade e, mesmo, em família. Estes interesses podem ser mais ou menos mesquinhos, mais ou menos generosos de acordo com as tendências de cada um. A verdade é que é preciso buscar nos encontros a satisfação física, mental e espiritual para se crescer com a capacidade de aprende

OUTONO NO JARDIM

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“Saídos da escuridão procuramos a Luz. A nossa coluna é a árvore da Vida que nos prende à terra para que o processo de evolução seja uma realidade. Sejamos firmes e flexíveis para que a seiva continue a fluir até à realização final.” Não posso deixar de vos dizer como é maravilhoso o espectáculo das Ginkobilobas no Jardim das Amoreiras, em Lisboa, chegado o Outono! Por enquanto ainda não atingiram o ponto que vos mostra a fotografia acima, tirada o ano passado. Vale a pena estarem atentos. Este jardim é mágico e inspira qualquer um que por lá se detenha em pausa da lufa-lufa do dia a dia. Uma das muitas árvores tornou-se minha amiga, chama-se Fausta. Como esse encontro se deu, está contado no meu próximo livro “A Alma e os seus Percursos” que está previsto sair em meados de Dezembro (Editorial Angelorum Novalis). Esta estação do ano, em Lisboa, tem uma Luz particular, um Verão a despedir-se suavemente, deixando as lembranças das férias bem guardadas. Um tempo para, devagarinho, irmos m

MEMÓRIAS

Calha estar neste momento a gozar um curtíssimo período de férias no sul de Espanha e, logo, as memórias dos tempos em que por cá viajávamos para atender cursos de Instrutores. De facto, posso dizer que conheci muitos lugares deste país pois os cursos não eram sempre feitos no mesmo sítio e as escolhas dependiam da disponibilidade de seminários ou colégios em férias escolares. Os primeiros funcionaram na serra de Gredos, não muito longe de Talavera de la Reina; seguiram-se Cervera de Pisuerga, de que já vos falei, bem a norte, a caminho de Santander e com os Picos da Europa por perto o que nos permitiu dar uns belos passeios nos poucos tempos livres que nos restavam dos estudos e práticas intensivas. A oportunidade de conhecer as zonas em redor deve-se ao facto de o nosso mestre ser uma pessoa bem relacionada, e, por isso, nos levava a sítios não muito turisticamente conhecidos. Outro lugar que nos deixou lembranças, umas até engraçadas, foi Dueñas, perto de Valladolid. Como curiosidad

REVELAÇÕES

Qualquer relação pressupõe uma gestão de energia que por ela circula e que resulta de uma combinação de forças, umas vezes complementares, outras contraditórias. A harmonia estabelece-se em consequência duma expressão contínua de sentimentos que se vão desenvolvendo à medida que o conhecimento mútuo se aprofunda e se consolida. As afirmações ou as negações do que somos, ou gostaríamos de ser, são pistas que nos levam a descobrir que o que verdadeiramente conta é a Essência e tudo quanto está por detrás das aparências é uma Luz que surge no meio das sombras, iluminando o nosso campo de acção para que não hajam dúvidas. O que revelamos ou desejamos que nos seja revelado, jamais pode ser confundido com as projecções resultantes das experiências vividas no compasso de espera, amadurecendo o suficiente para não agirmos na vulgaridade das sensações passageiras e mesquinhas. O jogo de luzes a que nos habituámos serve, simplesmente, para esconder aquilo que, na verdade, só pode ser dado a conh

AMIZADE

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A Amizade é um sentimento que liga as Almas sem que seja preciso uma razão. A sintonia existente é um estado de exaltação que desencadeia processos de auto-conhecimento e consequente desenvolvimento. A Amizade é a verdadeira expressão do Amor incondicional, não se explica e tem um tempo i-limitado de duração. Este Amor puro serve os propósitos do cumprimento do Karma das Almas unidas por esse elo tão forte quanto misterioso. Experienciar a Amizade é uma vivência gratificante quando as expectativas não têm uma correspondência ao nível do Ego. Ama-se simplesmente porque amar é um estado de evolução superior que não se controla conscientemente, mas pode usar-se essa energia de modo que cada dia seja vivido em plenitude. Ao longo da minha existência tenho tido a felicidade de ser brindada com muitos Amigos e o Amor que me têm proporcionado, retribuo-o com a certeza de os ter sempre no meu coração. Isto não significa que estejam todos em “presença” constante, alguns raramente vejo, outros s

COISAS EXTRAORDINÁRIAS

Eu sou o mar, tu és a gota de água que se dilui nas minhas ondas, numa dissolução total. Eu sou o rio, tu és o peixe prateado que nada no meu seio de águas límpidas, fluindo com a corrente. Eu sou a árvore, tu és o vento que agita os seus ramos provocando um balanço sem a arrancar do chão. Eu sou a lenha, tu és o fogo que me queima sem ferir, buscando a purificação nas chamas alaranjadas. O contacto com os outros faz-se de acordo com os elementos em acção e o resultado corresponde a uma combinação que será tanto ou mais perfeita quanto maior for a entrega dos intervenientes, respondendo aos impulsos mais profundos e confiando na entrega. Mergulharmos na dor ou banharmo-nos na alegria é sentir a Vida em todos os aspectos, na certeza de que sairemos reforçados e livres, enfrentando todos os desafios com plena consciência da capacidade de seguir pela senda que escolhemos, com determinação e segurança. Tocar os outros, deixando que os movimentos se desencadeiem, sem expectativas nem restr

SUBIR A MONTANHA E OLHAR O MUNDO

Quando nos propomos iniciar um Caminho, fazemos os nossos planos e colocamo-nos um objectivo a alcançar. De acordo com esse objectivo preparamo-nos para o atingir, pensando, com optimismo, que nada pode falhar pois nada nos falta. Ao pretendermos viajar temos, à partida, conhecimento do destino pretendido e só precisamos de arranjar um meio de transporte ideal e acessível, marcar a data, fazer as malas e partir na hora aprazada. Embarcamos, confiantes e seguros. O tempo de viagem depende da distância que nos separa do ponto de chegada. Pelo caminho vamos saboreando, apreciando, a paisagem e as pessoas que connosco viajam ou connosco se cruzam. As peripécias e experiências que vão sucedendo serão importantes, ou talvez não. O que importa verdadeiramente é chegar, por isso, é necessário não parar demasiado tempo nos lugares de passagem e não perder o “Norte” tomando a direcção errada. No entanto, creio que essa perda de direcção é momentânea e voltaremos a tomar a direcção certa, o camin

CONSCIÊNCIA

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¨ Quando a consciência governa a fala, com a fala podemos dizer todas as palavras. ¨ Quando a consciência governa a respiração, com a inspiração podemos cheirar todos os perfumes. ¨ Quando a consciência governa a audição, com os ouvidos podemos ouvir todos os sons. ¨ Quando a consciência governa a língua, com a língua podemos saborear todos os gostos. ¨ Quando a consciência governa a mente, com a mente podemos pensar todos os pensamentos. ¨ Não é o discurso que deveríamos querer conhecer, mas quem discursou. ¨ Não são as coisas que foram vistas que deveríamos querer conhecer, mas quem as viu. ¨ Não são os sons que deveríamos querer conhecer, mas quem os ouviu. ¨ Não são os pensamentos que deveríamos querer conhecer, mas quem pensou. Kaushitaki Upanishad

INICIAÇÃO

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Palestra Iniciaçã Celebração “Uma iniciação não é propriamente um exame. É, antes, um processo em que se trabalha a ampliação da consciência e se avança passo a passo, de etapa em etapa. A expansão dá-se em todos os sentidos, não é um caminho puramente ascendente. A verdadeira iniciação acontece quando há concordância entre a razão e a intuição e se aceitam os factos que vão acontecendo sem os questionar, apesar das dúvidas que possam surgir, sem a tentação de voltar atrás por achar mais seguro, mais fácil.” À medida que o curso avançava, íamos pensando no Mantra que gostaríamos de usar, bem como o nome espiritual que nos atraísse. No final dava-se a cerimónia de iniciação, um momento solene que mexe sempre com as emoções. Nesse dia, depois do exame escrito que nos habilitava a um Diploma de Instrutor, fazia parte cada um preparar um Prasad (oferenda) constituído por flores, fruta e umas moedas. A confecção implicava algum esmero pois era representativo da nossa própria energia. Com

NOVAS ESTÓRIAS

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CURSO DE INSTRUTORES (1985) Voltando às minhas estórias... Em 1984 seguiu para Espanha o primeiro grupo de portugueses para se formarem como Instrutores de Yoga da Associação de Yoga Sivananda de Madrid. Tanto quanto me lembro, eram uns nove. Eu não pude ir nesse ano, porque tinha o Centro a despontar, mas no seguinte já não tive falta. Nesse tempo os cursos tinham a duração de quatro semanas e, por isso, convenci o meu marido a acompanhar-nos para não ficarmos tanto tempo separados. O grupo que formámos (foto acima), meteu-se a caminho Cervera de Pisuerga no Norte de Espanha. Pernoitámos em Castelo Branco em casa da mãe de uma participante (a Teresa Pissarra) e, pela madrugada, rumámos até ao nosso destino. Lá descobrimos a aldeia, muito simpática por sinal e aterrámos uns quilómetros adiante, numa antiga Pousada da Juventude do tempo do General Franco, que foi reactivada para receber o nosso curso. A primeira notícia que tivemos à chegada foi que tínhamos de carregar com as camas par

OS ELEMENTOS, DIA A DIA

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As minhas estórias passam muito pelas vivências que elas representam. Cada momento, olhado em retrospectiva, dá-me sempre que pensar na natureza dos acontecimentos e sua influência na evolução pessoal e colectiva. Não é por acaso que vivemos determinadas experiências e conhecemos quem conhecemos, daí estes intermezzos filosóficos que vos podem dar ideia dos meus “sentir” e dos meus “estar”. Quando mergulhamos na nossa Essência, libertos do corpo físico, das preocupações, angústias e medos, deparamos com a nossa realidade – aquilo que somos, porque somos e para onde caminhamos. Tudo fica mais claro! A compreensão das coisas torna-se natural, como naturais são os elementos de que somos feitos: Terra, Água, Fogo e Ar. Mexer o corpo, conhecendo cada músculo, cada articulação, respirar cada respiração, transformada em “Prana”, é algo transcendente. Ouvir o bater do coração ao ritmo do EU, é sentir que o silêncio é, de facto, a música da alma. Através da prática do Yoga, como exercício físi

ALEGRIA DE VIVER

A alegria de viver manifesta-se em cada gesto, em cada palavra pronunciada, em cada acção concretizada através do Amor incondicional, quando trabalhamos no sentido duma materialização consequente, reconhecendo as nossas capacidades e projectando-as de forma plena e generosa com a consciência que nos dá uma Sabedoria própria, assente na humildade e no dever de ensinar para que possamos aprender. É importante meditar e entrar em contacto com o Eu Superior, mergulhando fundo até descobrir o que está para além das emoções geridas pelo Ego, observando o mundo sob outro prisma e fazendo das opções tomadas um acto de plena consciência. As mudanças podem abalar os avanços iniciados, mas a necessidade de evoluir torna-se um impulso irresistível. O bom senso deverá, apesar de tudo, imperar e as emoções descontroladas hão-de ser harmonizadas até se atingir um estado de verdadeira calma e serenidade. A ponte entres estados de consciência (vigília e alterado), faz-se escutando a voz interior que no

CONHECIMENTO E ORDEM

Uma mente pura tem a consciência de que Corpo, Mente e Espírito é uma e a mesma coisa. Sendo assim, não se deixa perturbar pelos desejos feitos pensamentos, consegue distinguir a Verdade da realidade e sabe que a Essência está para além da aparência. Para chegar a este Conhecimento tem de se entender que os desejos provocam emoções, expectativas e desilusões e que é preciso uma ordem e uma disciplina que estabelece os alicerces da liberdade, desenvolvendo a sensibilidade que é a verdadeira inteligência, o sentir que se manifesta em cada acção, cada gesto. O Conhecimento é a fonte inesgotável das experiências vividas que deixam a sua marca indelével. A informação que chega é importante, mas convém ter em conta que há que discernir, eliminando o que não encaixa no sentir. A evolução dá-se na continuidade do estabelecido e o pensamento fluirá, dando origem aos desejos que permitem estar disponível para outras tantas experiências que farão parte do processo em que se está inserido. O esfor

À DESCOBERTA

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VISITAS “ As almas curiosas buscam no encontro respostas às questões que ainda não sabem pôr. Precisam de ajuda, suave e firme, para poderem ascender às mais altas esferas, aí onde as respostas não têm perguntas. BASTA OLHAR. BASTA VER. BASTA SENTIR!!!” No subconsciente jaz o Conhecimento adquirido ao longo dos tempos. Essa Sabedoria implícita é importante para levar a cabo o nosso processo de transformação que seguirá de acordo com a necessidade de avançar, mantendo o equilíbrio e a serenidade. As respostas virão sem que sejam formuladas perguntas. Somos aprendizes da própria Vida e como Mestres passaremos o testemunho com a responsabilidade própria de quem sabe que os caminhos se abrem à medida da nossa disponibilidade. O êxito é a resposta a um dever cumprido no sentido da União (Yoga) dos opostos – atracção e repulsa (Raga e Devesha). O Amor incondicional é a realidade assumida sem medo, prova de tolerância e aceitação das diferenças. Serve esta introdução para continuar com as mi

ARTE DE VIVER

Quando nos tornamos instrumentos da vontade divina estamos em condições de canalizar o fluxo dessa energia cósmica de maneira que ela se torne expressão de criatividade. Somos a materialização daquela vontade e, como tal, temos de deixar transparecer os dons concedidos, sem inibições nem arrogância. A criatividade é um processo de gestação que tem um tempo próprio e dá origem a novas vivências, frutos que manterão ternamente ligados os intervenientes no processo. Essa ligação ultrapassa a compreensão humana pois a criatividade é a forma de aceitarmos a nossa divindade. A serenidade só é possível quando existe um tempo de pausa e de reflexão, escutando o silêncio que cresce dentro de nós, transformando-se em canto de pássaros numa manhã de Primavera. É imprescindível que a nossa alma seja banhada pela Luz para que se renove a esperança de forma inequívoca. Estar aqui e agora, num momento em que o meu corpo pede descanso, é transcender a matéria e sentir que não somos, realmente, o corpo

IMPRESSÕES

“ UM HOMEM SÁBIO SÓ AGE DE ACORDO COM A SUA PRÓPRIA NATUREZA.” O principal objectivo da Vida é a auto-realização. Todos buscamos a felicidade de alguma maneira embora o sofrimento seja a pedra de toque neste mundo em que vivemos, porque o Homem desta sociedade moderna perdeu o contacto com a natureza afastando-se da sua divindade. No entanto, a dor não é mais do que uma chamada de atenção para que o Homem se volte novamente para as coisas de Deus. A busca da Felicidade faz parte da natureza do Homem, mas já não há quem ensine o Homem a encontrar o Caminho da Felicidade visto que toda a humanidade se virou para si própria e não para os outros, tal como o escorpião, dentro de um círculo de fogo, volta a sua cauda contra si pensando que a morte é o fim. O egocentrismo reinante faz parte desta era que tarda em mudar, exigindo dos mais conscientes um trabalho e uma persistência que só é possível quando se encontra um grupo de apoio. É fundamental entrar em contacto com todos os que estejam

INAUGURAÇÃO

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Chegou, por fim, o grande dia (7 de Outubro de 1986). A sala ficou toda enfeitada pela Sita que tem um gosto especial para estes arranjos como podem ver pelas fotos que vos apresento. Começámos com uma meditação, seguida de demonstração da Saudação Sol, uma das praticantes de Almada cantou e terminámos com um belo lanche constituído, como sempre, por fantásticas e generosas iguarias trazidas pelas pessoas. O entusiasmo animou-nos nesta nova etapa e esse entusiasmo dura até hoje, apesar de termos atravessado períodos de grandes problemas. O prédio muito antigo, com a maioria das casas sem recuperação adequada, teve como consequência fazer-nos sofrer de inundações constantes que nos obrigaram a arranjar soluções e acudir sempre que a chuva nos entrava pela casa dentro já para não falar da má vontade de alguns vizinhos menos entendidos nestas matérias ióguicas. Valeu-nos a solidariedade de muitos fiéis praticantes que ora nos emprestavam um aspirador para tirar água da alcatifa, ora nos a