REVELAÇÕES



Qualquer relação pressupõe uma gestão de energia que por ela circula e que resulta de uma combinação de forças, umas vezes complementares, outras contraditórias. A harmonia estabelece-se em consequência duma expressão contínua de sentimentos que se vão desenvolvendo à medida que o conhecimento mútuo se aprofunda e se consolida. As afirmações ou as negações do que somos, ou gostaríamos de ser, são pistas que nos levam a descobrir que o que verdadeiramente conta é a Essência e tudo quanto está por detrás das aparências é uma Luz que surge no meio das sombras, iluminando o nosso campo de acção para que não hajam dúvidas. O que revelamos ou desejamos que nos seja revelado, jamais pode ser confundido com as projecções resultantes das experiências vividas no compasso de espera, amadurecendo o suficiente para não agirmos na vulgaridade das sensações passageiras e mesquinhas. O jogo de luzes a que nos habituámos serve, simplesmente, para esconder aquilo que, na verdade, só pode ser dado a conhecer a quem tiver o entendimento adequado, a sensibilidade própria de Seres que habitam as altas esferas do Conhecimento.
As barreiras que acontecem numa relação , são sistemas de segurança para não nos perdermos pelo labirinto das emoções, exigindo aos intervenientes, uma grande atenção e alguma destreza de pensamento. Ao descobrirmos que, afinal, fazemos parte da mesma história, podemos, facilmente, aceitar uma vivência que, tantas vezes, nos confunde e assusta, mas se tivermos uma nova perspectiva das coisas, passamos a não ter tantas expectativas, nem sermos surpreendidos pelos acontecimentos e sensações. O que temos em comum com alguém ou com um grupo, deve ser um meio de libertação gerado pela confiança estabelecida com paciência, perseverança e muito diálogo. Deixamos de precisar de “adivinhar” os sonhos que sonhamos, interpretando-os de acordo com os anseios e as dúvidas de quem faz um Caminho onde as incertezas se vão esfumando com cada etapa. A realização final depende da atenção dada ao que se sente, gozando a alegria de viver uma experiência espiritual que nos permite ser agentes de cura, própria e alheia.
As projecções do passado não devem ser impedimento para a abertura necessária à transformação que se deseja. É imperioso libertar tensões e criar um novo espaço, uma nova atitude, olhando para experiências que são nossas por direito ou por opção, partilhando com o outro ou com o grupo as vivências transcendentes que se vão acontecendo. Sintonizar com os que estão dentro do nosso círculo de energia é natural, no entanto, esse contacto tem de ser feito com amor e, porque não, algum desapego. Dessa sintonia nascem e se reforçam os laços das ligações que, por isso, nos tornam responsáveis pela evolução, própria e conjunta.
Assim, fluindo, dando e recebendo, levados pela força que brota da fonte cósmica, vemos o Sol nascer cada dia e a Lua a iluminar as noites escuras.
Fiquem bem neste Outono ensolarado!

Comentários

Aldina Duarte disse…
Projectar é um projecto no ar, que pode tomar qualquer direcção, será assim? Acabei de escrever a pensar na mesma velocidade, rápida, por acaso...

Beijos!
Maria Emília disse…
O passado persegue-nos e, por vezes, faz com que os desejos actuais pareçam novidade. Estamos constantemente a repetir acções resultantes de sensações que estão guardadas no nosso imaginário. Quebrar esse ciclo não é fácil, mas estando atentos podemos ir alterando alguma coisa com a ajuda da nossa própria criatividade e a ajuda dos Deuses que nos asssitem. O pensamento é demasiado rápido e não conhece barreiras!

Beijos

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