OS ELEMENTOS, DIA A DIA

As minhas estórias passam muito pelas vivências que elas representam. Cada momento, olhado em retrospectiva, dá-me sempre que pensar na natureza dos acontecimentos e sua influência na evolução pessoal e colectiva. Não é por acaso que vivemos determinadas experiências e conhecemos quem conhecemos, daí estes intermezzos filosóficos que vos podem dar ideia dos meus “sentir” e dos meus “estar”.
Quando mergulhamos na nossa Essência, libertos do corpo físico, das preocupações, angústias e medos, deparamos com a nossa realidade – aquilo que somos, porque somos e para onde caminhamos. Tudo fica mais claro! A compreensão das coisas torna-se natural, como naturais são os elementos de que somos feitos: Terra, Água, Fogo e Ar. Mexer o corpo, conhecendo cada músculo, cada articulação, respirar cada respiração, transformada em “Prana”, é algo transcendente. Ouvir o bater do coração ao ritmo do EU, é sentir que o silêncio é, de facto, a música da alma.
Através da prática do Yoga, como exercício físico, mental e espiritual, vamo-nos conhecendo, aumentando a responsabilidade que temos em evoluir, dentro daquilo que somos. Ajudando-nos a nós mesmos, acabaremos por ajudar também o Mundo. Essa é a descoberta essencial que se faz quando se mergulha nesta filosofia que chegou até nós pelos ensinamentos dos Mestres. Com essa ajuda passamos a ter mais consciência de que a evolução pessoal toma a forma de um desabrochar, suave e harmonioso que não causa perturbação, mesmo que o processo pareça um pouco difícil, pois há, ao mesmo tempo, o entendimento, a compreensão de que o resultado segue a lei do Karma (acção/reacção).
Este ano representou, mais uma vez, a tomada de consciência de uma evolução pessoal, fruto de vários acontecimentos, uns difíceis, outros extremamente gratificantes que me puseram perante a minha realidade actual. Quando comecei a ensinar Yoga (que sei eu?...), estava bem longe de prever o volume da tarefa que cairia sobre os meus ombros!... Acreditar na validade desta prática foi o que me fez avançar, com alguma dose de inconsciência consciente, pensando que “se é bom para mim pode ser bom para os outros...”
Nestes últimos anos, e já lá vão uns quantos, dediquei a minha vida ao desenvolvimento do meu conhecimento do Yoga, numa busca permanente que, mais tarde ou mais cedo, conduziria ao encontro de um Caminho, de uma direcção que fosse aquela que me permitisse sentir-me cada vez mais EU. Percebi que é essencial haver um método de trabalho que seja o apoio firme que necessitamos para continuar sem sobressaltos. Para se acender uma vela é preciso lume... A escolha de um Mestre aconteceu e a busca cessou. Sivananda é um dos meus Mestres. Os seus ensinamentos chegaram até nós através da sua obra, dos seus numerosos livros e dos seus discípulos mais próximos. O seu espírito prevalece para sempre no lema que nos deixou AMA, SERVE, MEDITA E REALIZA-TE”, que nos dá a ideia da sua grandeza e importância num Mundo cheio de guerras, ódios e materialismo. É uma esperança onde não há esperança!
Não é um caminho fácil. A nossa/minha fraqueza é a minha/nossa condição humana. É preciso trabalhar e, sobretudo, é preciso muita humildade para re-começar, sendo cada dia vivido até à última gota. O tempo urge, não o podemos deixar escapar...
É bom pensar que não estou só. É bom pensar que posso fazer companhia, sempre!!!
Fiquem bem!

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