ALMA INQUIETA

 

                                                                         


 

ALMA INQUIETA

De repente dei comigo a tentar descortinar o sentido daquilo a que chamamos alma, a fazer parte do nosso léxico desde sempre, mas com alguns mais pragmáticos, ou de natureza científica, a não conseguirem encontrar explicação para o tema que, de certo modo os deixam, igualmente, intrigados! O meu certo pragmatismo tem-me ajudado a sobreviver a muitas questões, a muitas dúvidas e a pôr os pés bem assentes no chão, apesar de continuar com a cabeça nas nuvens, para poder captar as informações adequadas às necessidades momentâneas, que me permitem sentir alguma segurança nos meus comportamentos ou accções. No entanto a ideia de alma faz-me sentir especial, mais completa, mesmo que não lhe consiga dar-lhe uma forma, mas a ser possível formular imagens, pois para os humanos é difícil pensar no abastracto. As imagens dão-nos a vantagem de ver e conseguir criar um filme que podemos editar a gosto ou por necessidade. Sempre que mergulho mais fundo no meu sentir, vou naturalmente ao encontro da minha própria essência, da verdade mais pura, e aí sinto uma certa solidão que, apenas, significa que sou única, como todos, na verdade, o somos. Esta unidade que representamos, faz parte da necessidade de sermos e estarmos com uma consciência activa, e a ter a capacidade de agir de acordo com a importância da circunstância em que nos encontramos, o que nos permite um comportamento ajustado ao momento.

A minha alma é inquieta, pois continuo a questionar os propósitos desta existência que me tem levado por tantos caminhos, tantas situações, algumas surpreendentes, mesmo de certo modo mágicas. Tanto que aprendi, tanto que descobri através de encontros com os seres que me têm acompanhado, e se tornaram companheiros de jornada. Somos revolucionários e descobridores, prontos e disponíveis para viver a vida de acordo com o que se apresenta, a saborear algumas conquistas, que não precisam de prémios, mas que nos deixam mais confiantes e, porque não, felizes pelos resultados alcançados. As dúvidas que sempre me assaltam, são despertadores para a minha criatividade ou a permitir buscar alguma sabedoria inata, aquela que veio comigo ao chegar a este mundo tão turbulento. Acreditando que temos de viver muitas vidas para conseguir aprender alguma coisa, e queimar aquele karma que ficou para trás, deixando-nos mais leves e mais livres, para ser e estar com a alma mais sossegadinha!

As incompreensões, a que estamos sujeitos, são grandes desafios, mesmo que nos deixem confusos…  Quando alguém não entende o meu sentir, tenho como opção encontrar outras palavras ou deixar-me ficar na minha! O sentir é algo muito especial e particular, nem sempre sendo possível encontrar a melhor forma para o entendimento mútuo, não adiantando magicar muito sobre o assunto. As discussões são desafios que acordam memórias, passagens da nossa existência que nos deixam mais sensíveis e vulneráveis, o que não é a coisa mais agradável do mundo, embora possa ser o meio de despertar conhecimentos adormecidos, pois há os que não sabiam que sabiam e precisavam de ser despertados, a tomar consciência disso mesmo! Felizmente, tive a sorte de ter sido despertada quando o yoga entrou na minha vida de rompante, me mostrou que era bom o que sentia, sem perceber muito bem o quê. A minha alma estava inquieta, sem saber porquê, nem porque razão, estava inquieta. É que, não sabia mesmo!!! Fui sendo surpreendida através das experiências vividas e dos muitos companheiros que se foram chegando a mim, fazendo de espelho ou a provocar alguma emoção surpreendente. Tanto que fui aprendendo, tanto que fui descobrindo, aceitando uma forma de ser e de estar mais de acordo com a minha verdade, o que me tem proporcionado vivências extraordinárias, encontrando as ferramentas adequadas, para desenrascar situações, e chegar a soluções imprevistas, algumas vezes surpreendentes.

Isto da alma é um tema que me agrada especialmente, pois me permite meditar sobre o assunto, mesmo que não consiga chegar a uma conclusão muito transcendente. Que importa se a alma existe, ou se é uma invenção nossa, para nos sentirmos mais válidos nesta vida na matéria, que sabemos ser tão difícil e desafiante!!!

           OM SHANTI OM

                                                                   

 

                                                              

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