CONSCIÊNCIA ACTIVA
CONSCIÊNCIA ACTIVA
“O
APARECIMENTO DA COSNCIÊNCIA ABRIU CAMINHO PARA UMA VIDA QUE VALE A PENA VIVER.
ENTENDER A FORMA COMO ELA SURGE APENAS PODE SERVIR PARA REFORÇAR ESSE VALOR.”
António Damásio (in “O Livro da
Consciência”, ed. Temas e Debates)
Não sei até que ponto a tomada de
consciência nos pode perturbar… O estado de alerta constante é uma ferramenta
específica que, por um lado, nos permite perceber o que se passa à nossa volta
e, ao mesmo tempo, aceitar o facto de que não vivemos isolados e que o nosso Eu
evolui de acordo com as circunstâncias e as condições adequadas ao seu
desenvolvimento. Por outro lado, continuamos a questionar-nos e a tentar
“adivinhar” um futuro que sabemos ser provável. As impressões latentes, fruto
de todas as experiências vividas ou sonhadas, são os trunfos que nos servem
para jogar, tanto quanto possível, pelo seguro. A discriminação torna-se um
valor considerável na escolha dos caminhos a seguir, aceitando os obstáculos
que se entreponham no progresso do nosso desenvolvimento, que se quer tranquilo
e consistente.
Apesar da consciência activa ser um
valor, não deixa, por vezes, de constituir um peso. Afirmo isto com a convicção
plena de quem tem pela frente uma senda em que a aceitação das circunstâncias
será o factor primordial da paz desejada. Olhando para trás, congratulo-me com
o que foi alcançado, seja no trabalho, seja nas relações afectivas, mas com a
preocupação de encontrar um lugar em que possa depositar a minha energia e
partilhar com os meus semelhantes tudo quanto seja útil para ambas as partes.
Todos precisamos saber qual o nosso papel e preencher os vazios que, às vezes,
se instalam quando não se vislumbra a intenção do estado das coisas. É certo
que o corpo se manifesta a toda a hora, avisando-nos das lutas ou das fugas a
programar, no entanto, as “cabecinhas” tontas inquietam-se e inventam tudo e
mais alguma coisa, tentando vislumbrar paisagens magníficas onde reine a
tranquilidade e a alegria.
Os tempos de crise poderão ser uma
oportunidade para repensar valores e desenvolver a criatividade que nos permita
tirar partido daquilo que esteja ao nosso alcance e estimular desejos
suficientes para concretizar as acções de cada dia, com a melhor das intenções.
Assim, vamos vivendo um dia de cada vez, cuidando do ser e do estar que é o
nosso, de modo a continuar de peito feito, olhos postos na luz que nos toca
sempre que a ela nos aprontamos, e cheios de vontade de viver, apesar das
circunstâncias que se apresentem!
OM
SHANTI OM
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