CONSCIÊNCIA E SABEDORIA



Engraçado como a vida se processa num eterno retorno!... Mais uma vez vos deixo parte de um texto retirado do meu segundo livro “CONTACTOS – Corpo. Mente. Espírito”, pois me parece bastante actual e capaz de ajudar a compreender os mecanismos da mente. Aqui vai:

Será bom que se entenda que em todos os fenómenos físicos existe uma consciência. É importante, pois, que se veja a nossa posição no Universo e na Natureza, segundo essa perspectiva. Uma vez que fazemos parte da própria Natureza, podemos afirmar que, de certo modo, damos vida à Vida, criando a nossa própria realidade. Esta é a única VERDADE. Conhecer este facto é saber o segredo da criatividade, da espiritualidade, da relação com as partes e com o TODO.
Quando falamos de "EU" não se deve confundir com "eu" de "Ego", pois o Ego é uma parte do "EU"; é a parte adequada a conduzir as operações da mente consciente, e tem a ver, directamente, com os aspectos materiais da existência. O Ego é uma parte altamente especializada da nossa identidade maior. É ele que domina a vida duma forma geral. O Ego e a mente consciente não são uma e a mesma coisa. O Ego compõe-se das várias partes da personalidade - é uma combinação de características que estão em permanente mutação, e que actuam duma forma conjunta - o que nos permite uma relação com o mundo exterior.
A mente consciente é uma óptima ferramenta de percepção, uma função que pertence à consciência interna, mas que, neste caso, se volta para fora para acompanhar os acontecimentos. Através da mente consciente, a alma olha e vê o que a rodeia. Se não houver interferências, a consciência é clara. De certo modo, o Ego é os olhos através dos quais se contacta a realidade material, física. Mas a mente consciente muda a sua atenção ao longo da existência. O Ego, apesar de se julgar o mesmo, está, também ele, em permanente mudança. Quando a mente consciente se torna rígida ou permite ao Ego actuar isoladamente, aí é que as dificuldades aparecem. Nessa altura o Ego faz com que a mente consciente trabalhe noutra direcção, bloqueando a sintonia com os outros e, até, com os mundos de natureza mais subtil.
É a partir da nossa identidade, duma forma geral, que se forma a realidade tal como a conhecemos. Depende de nós fazer CONTACTOS, quaisquer que eles sejam, com alegria e entusiasmo, tornando a mente cada vez mais clara, de maneira que o Conhecimento profundo da nossa verdadeira identidade se possa expressar afirmativamente. Cada indivíduo experimenta uma realidade única, diferente de qualquer outra. Esta realidade ressalta dum campo interior, dos pensamentos, expectativas e da própria cultura. Se acreditarmos que o EU INTERIOR está contra nós e não a favor, isso impede que a sua actuação seja a mais correcta ou antes, obriga-o a comportar-se de um modo marcado pelas influências predominantes a que ficou sujeito. A mente consciente tem como missão fazer apreciações correctas acerca daquilo a que corresponde a nossa posição em relação à realidade física. As falsas crenças, que povoam o nosso imaginário, serão um impedimento para que isto aconteça, pois as ideias preconcebido toldarão a visão clara das coisas.
O ambiente que nos cerca representa a materialização dos nossos pensamentos, emoções e juízos de valor. Uma vez que tudo isto se desloca no tempo e no espaço, é certo que temos as condições para modificar o que quer que nos seja alheio. O que pensamos sobre a realidade tem vida própria; está perfeitamente ao nosso alcance alterar as situações e torná-las mais agradáveis. São os pensamentos predominantes que governam a nossa existência! O nosso EU INTERIOR adopta a consciência física, a mente fisicamente consciente, como meio de manipular o mundo que conhecemos. A mente consciente está particularmente dotada para dirigir as actividades externas, para conduzir as experiências de modo a tirar o devido proveito.
As ideias preconcebidas acerca da natureza da realidade são, então, dadas por pequenas porções do Eu. Estas apoiam-se principalmente nas interpretações da mente consciente. A mente consciente aponta os objectivos e o EU INTERIOR torna-os realidade, usando todas as suas capacidades e imensa energia.
O grande préstimo da mente consciente reside, precisamente, na sua capacidade de tomar decisões e apontar objectivos. O seu papel é, no entanto, duplo: serve para coordenar condições, tanto dentro como fora e para se servir das informações provenientes do mundo que a rodeia e do próprio manancial interior. Não é, pois, um sistema fechado sobre si mesmo.
Como humanos precisamos duma grande discriminação no uso duma tal consciência e, no entanto, muitas pessoas têm medo até dos seus próprios pensamentos. Não os examinam; aceitam tudo o que os outros dizem, acreditam, ou que lhes foi imposto. As informações que se obtêm por esta via serão sempre distorcidas.
Não existe uma batalha entre a intuição e a mente consciente. Isso sucede aparentemente quando o indivíduo se recusa a enfrentar toda a informação que lhe é prestada através da mente consciente. Às vezes, parece ser mais fácil fazer reajustamentos ao seu comportamento do que promover uma auto-análise que permita uma evolução mais positiva. Nestes casos, o indivíduo acaba por adquirir muitos conceitos em segunda-mão, alguns contradizendo-se. Os sinais que o corpo, e o EU INTERIOR recebem não são fluidos nem claros, mas um emaranhado conjunto de contra-indicações que o levam a actuar por conta de outrem em vez de o fazer por conta própria. As vivências no campo espiritual têm uma característica de subtileza que, algumas vezes, confunde e perturba. Sempre que nos concentramos, tornamo-nos canais por onde passa a informação. Sintonizamos com ondas específicas captando os sinais reveladores dos caminhos por onde temos de seguir. Os MESTRES, GUIAS ESPIRITUAIS, FAMILIARES e AMIGOS ajudam-nos, comunicando connosco duma forma espontânea e natural. A nossa receptividade é total pois acreditamos que a vida não se limita a um corpo que nasce, cresce e morre. A expansão da consciência dá-nos uma visão bem mais alargada do Universo, e dos seus diferentes planos.

Fiquem bem!

Comentários

Vem sempre a "calhar" na hora.
Obrigada, por mais este esclarecimento. É tão simples! É tão complexo! Simplesmente, É.
Um abraço de quem lhe quer bem e lhe agradece,
Margarida/Radha

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