ÀS VEZES APETECE-ME...




Como sabem, viajo de metro três vezes por semana e é uma coisa que me dá um certo prazer, não só pela comodidade e poupança de combustível, mas porque me sinto integrada no grupo de pessoas que vão à vida pela manhã e regressam, às suas casas, ao fim da tarde. Constato que, afinal, somos um povo ordeiro e respeitador… Muitas vezes me oferecem lugar, tendo em conta os meus cabelos brancos e há uma solidariedade implícita no acomodar de mais um passageiro no pouco espaço que resta às horas de ponta.
O título que vos apresento quer dizer que, às vezes, me apetece falar com os meus companheiros de viagem e saber um pouco da sua história de vida. Não que queira meter-me na vida de cada um, mas para estabelecer contacto. Afinal vamos ali todos juntos… Já me tenho atrevido a fazer algum comentário sobre percalços momentâneos, mas só obtenho como resposta um acenar afirmativo da cabeça ou simples sorriso de condescendência.
Esta minha atitude é capaz de advir do facto de lidar com muita gente e ter de estabelecer ligações e promover relações no meu trabalho e no dia-a-dia familiar. Ou bem que somos uma aldeia global ou fazemos de conta que sim, seguindo o que nos “vendem” política e socialmente. Nos prédios que habitamos ou onde trabalhamos, também não é fácil estabelecer contacto porque, sabe-se lá porquê, as pessoas passam por nós e nem abrem a boca para dizer bom dia ou boa tarde ou, pelo menos, esboçar um sorriso de aceitação da nossa presença… Confesso que, teimosamente, insisto em tentar manter alguma forma de comunicação, mesmo quando a resposta é desanimadora.
Como vivo e trabalho no mesmo sítio há muitos anos, tenho conseguido alguns progressos na ideia de que, um prédio é uma mini tribo que tem de conviver nos bons e maus momentos do grupo que formamos.
Às vezes apetece-me mesmo sair da minha própria casca e abraçar o mundo que anda por aí meio perdido ou à procura do seu lugar e da sua alegria. Como sou tímida por natureza e aprendi a respeitar o meu semelhante, fico-me pela vontade e vou usando o pensamento e as minhas acções como ponte que chega onde tem de chegar.
Agora, apetece-me desejar-vos um bom fim-de-semana, na certeza de que o contacto entre nós nunca se perde!
Um abraço.

Fiquem bem!

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