INTOLERÂNCIA E REJEIÇÃO




INTOLERÂNCIA E REJEIÇÃO

As emoções descontroladas provocam situações de intolerância e geram conflitos difíceis de apaziguar. Sabemos que a individualidade pode redundar em egocentrismo, pois a preocupação exagerada com o Eu faz de nós seres pouco pacíficos e pacificadores. Basta que alguma coisa nos desagrade para que dispare a sensação de rejeição e esta surge sob a capa de intolerância. A discordância de opinião é algo vulgar e essa diferença de opinião pode ser saudável pois desenvolve as ideias e estimula a vontade. O problema reside no exercício das vontades, sem ter em conta o outro lado, sem dar espaço ao outro para ser e sentir. A sociedade actual está minada por vontades que saltam à mínima contrariedade. A falta de satisfação é uma constante na vida das pessoas, apesar da imensa oferta no campo do prazer dos sentidos e oportunidades de desenvolvimento a vários níveis. Andamos a correr para cumprir horários e satisfazer necessidades, aparentemente imperiosas. Temos dificuldade em estar muito tempo no mesmo lugar ou a cumprir rotinas estabelecidas. Nesta louca corrida ficamos ofegantes e cansados, ainda que, momentaneamente satisfeitos.
Olhar o céu e ver as nuvens tomarem as mais diversas formas, olhar as árvores e ouvir o canto dos pássaros que esvoaçam em busca de alimento, é uma prática que nos escapa com frequência. O cansaço apodera-se de nós e manifesta-se no corpo sob várias formas. Não nos apetece parar para pensar e sentir o que o corpo nos está a dizer… Temos medo que a vida nos rejeite e assusta-nos a intolerância alheia, assustados como crianças que temem o escuro. Somos intolerantes porque nos falha a segurança, nem estamos suficientemente centrados para ser possível agir de forma adequada.
Isto para dizer que somos vítimas da intolerância e suportamos a rejeição com a mesma intensidade com que não toleramos e rejeitamos os demais. Tudo demasiado atávico e difícil de controlar, apesar das aparências. Sentimos desconforto em presença daqueles com quem não somos compatíveis e deixamo-nos tocar por esse mal-estar, sem perceber que somos todos iguais, mas todos diferentes. Os relacionamentos são sempre meios de aprendizagem e desafios permanentes. Só estamos com quem nos toca ou se deixa tocar, num princípio básico de luta ou fuga, de aprender ou ensinar!!! O instinto que nos rege é estimável e uma ferramenta que nos permite seguir pelos caminhos traçados e escolhidos, com confiança e respeito pela liberdade alheia e, naturalmente, a própria.
Façamos silêncio interior, buscando a paz e estaremos prontos para amar sem medo e com alegria, porque o amor é sempre o melhor remédio e não tem efeitos secundários para além dos desejáveis.

OM SAHNTI OM

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