A PRIMAVERA, DA MINHA JANELA!
A PRIMAVERA, DA MINHA JANELA!
Sempre foi uma época do ano que me emociona, a Primavera…
Quando, pela manhã, abro a janela e o Sol entra, sinto-o no
meu corpo, com o seu calor macio e terno, e as minhas emoções transbordam num
suspiro de vontade de viver! O primeiro sinal de que chegou, são as ameixoeiras
de jardim, que se vestem de branco e rosa, mal rompe o mês de Março e o dias se
notam maiores. Tenho a sorte de ter uma mesmo à frente do meu quarto.
Com este tempo, não é difícil pensar na nossa própria
renovação. O que ficou para trás é toda uma experiência, que nos será útil, mas
não passa disso. Tal como o Inverno antecede a Primavera, também os nossos
“invernos” devem ficar atrás das nossas “primaveras”. Do sofrimento sai o
aperfeiçoamento e o progresso espiritual que desejamos.
Sempre que mergulhamos na nossa essência, é um passo em
frente na descoberta do Eu interior, uma sensação de liberdade que vai para
além da flexibilidade muscular que se ganha com as posturas de yoga e que se
pode definir por um conhecer e entender, sem precisar que nos expliquem, um
conviver em harmonia com os nossos semelhantes. Que cada um encontre o seu
caminho, como forma de renovação e elevação, com verdadeira consciência da
responsabilidade que representa a passagem por este mundo, de curta duração e,
tantas vezes, mal aproveitada! O yoga como filosofia de vida, faz parte de mim
mesma, respirando e olhando, com atenção, o que me rodeia e me prepara para
viver cada dia, com um sorriso e a esperança de ser e de estar, de acordo com o
meu sentir mais profundo.
Segundo a lenda, foi o deus Shiva que, há milhares de anos,
transmitiu à sua mulher Parvati, a ciência do yoga, que é uma arte que alia
verdades tão velhas como o tempo e tão novas como cada ser que nasce, levando a
uma gratificação mental e física, que concilia os dois polos e que nos permite
um relacionamento com os outros e com o próprio universo, mais fácil e
harmonioso. A exigência da prática física, é um sistema que acorda em nós um
sentir a alma para além do corpo e ir descobrindo o que, realmente somos, um
despir-nos e revelar uma identidade surpreendente e, ao mesmo tempo, estranha.
Uma energia que ultrapassa as aparências e o que era, deixa de ser, pois é
outro o mundo que se desenrola perante os nossos olhos.
Uma vivência extraordinária que me faz sentir plena e saber
qual o meu papel na partilha desta energia que transborda, com a segurança de
quem sabe que sabe, num mundo feito de mudanças, em que a medida do homem é a
medida de todas as coisas. A porta do meu coração está sempre aberta, sem muros
nem fronteiras, sabendo que um certo
mundo acaba e outro começa, respeitando a individualidade dentro do todo que
somos, num movimento imparável que é a
própria vida, tal como este prenúncio de Primavera que avisto do meu quarto.
Fiquem bem!!!
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