TOMADA DE CONSCIÊNCIA

 TOMADA DE CONSCIÊNCIA

 

O universo é uma teia bem urdida onde nos encontramos presos, agarrados à ideia de liberdade. Nela nos movimentamos desenvolvendo a capacidade de, por fim, encontrar a essência, aí onde essa liberdade jamais será questionada. Ser e estar, em união com o absoluto ou o divino será sempre o nosso ponto de partida.

Quando nos questionamos das razões que levam à nossa existência e seu propósito, ao termos “aterrado” neste planeta, suspenso no espaço desde tempos imemoriais, vamos procurando respostas. Disseram-me uma vez que somos essência que, por algum motivo, encarnou para iniciar um processo de evolução e desenvolvimento, mais ou menos longo, até poder voltar a ser essência pura… A minha questão é saber quem comanda esta acção e qual o seu objectivo ou interesse! Em termos pragmáticos, aceito estar numa “escola” e que a aprendizagem é um caminho que teve o seu ponto de partida e que se desenvolve de acordo com alguma intenção específica, própria ou condicionada…. Escolhemos ou somos escolhidos? Queremos ou obedecemos a alguma ordem ”superior”?

Quando crianças fazemos muitas perguntas aceitando, mais ou menos as respostas dadas pelos cuidadores até que, crescidos e de vontade própria, começamos a procurar outras respostas, outras ideias, que possam satisfazer-nos de alguma maneira, sem pôr demasiado peso sobre o assunto. Vamos vivendo com a ilusão de liberdade, nas acções do dia-a-dia e formulando conceitos que nos ajudam a acreditar que vale a pena seguir por aquela senda, até descobrirmos a lei do karma que, por um lado, nos satisfaz, por outro nos leva a querer saber mais, com muitos “porquês”. Se estamos aqui para aprender e voltar a ser essência pura, porque raio perdemos essa condição?

Na minha experiência de vida, com o yoga a dar-me as luzes para ir descobrindo algumas verdades, vou aceitando o melhor possível a consciência de ser e de estar aqui e agora, pois a vida é um imenso mistério que escapa ao meu “razoável” entendimento. A razão perde autoridade e a intuição ganha o papel principal, com a humildade suficiente para que ela cumpra o que lhe cabe, ou seja, materializar as informações que afloram à consciência quando dedico um tempo à meditação e submeto o corpo à vontade de parar e fazer silêncio.

Considero-me privilegiada por ter trazido comigo um karma a oferecer-me as condições adequadas ao cumprimento do presente, com a consciência de que o futuro se forma a cada passo dado. O meu processo espiritual segue com a segurança de quem já vai sabendo que sabe, e que o importante é continuar disponível e atenta, agradecendo aos mestres e aos guias que me assistem de alguma maneira, para que possa viver confiante e determinada. Vou trabalhando o que estiver ao meu alcance, com a consciência dum dever cumprido na comunidade onde me encontro inserida, sabendo que, quando a vontade abranda, alguma coisa acorda em mim o impulso para continuar a acreditar, por saber da sua inevitabilidade. É importante saber que há um tempo para dar e receber, e que esse tempo tem a sua própria medida e que o desapego faz parte dum processo que é preciso compreender e aceitar.  Outro tempo virá, continuando a aprender e a ensinar!!!

 

   OM SHANTI OM





Comentários

alf disse…
Este post/pensanento tocou-me e gostei em especial!
«pôr» tem acento circunflexo, senão espalhamos a ignorância deselegante que vemos e lemos todos os dias.
Bem haja!
Alfredo

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