PALAVRAS...
PALAVRAS, PARA
QUE VOS QUERO?...
In “A ALMA E OS SEUS PERCURSOS”
Viemos de um tempo e de um espaço, chegámos a este
planeta para experenciar e fazer um percurso que se apresenta cheio de
obstáculos, algumas aliciantes, e muitos desafios. A alma acompanha-nos, sofre
e reconhece-se em cada passo por nós dado, alegrando-se com as conquistas,
chorando as nossas lágrimas.
A existência que me foi proposta fui-a descobrindo à
medida que crescia em todos os sentidos. Despertei para a maternidade muito
cedo tendo sido brindada com quatro maravilhosos filhos, fruto de um Amor que
dura até hoje, com a cumplicidade e a certeza de que os caminhos traçados requerem
um entendimento do papel que a cada um cabe, fazendo das diferenças uma mais
valia. O que ficou pelo caminho deixou a lembrança de grandes momentos vividos,
apesar da doce saudade. Com a morte se aprende o que é a vida, mesmo que a
aceitação dessa passagem nos confunda sempre. Lá onde se encontra a sua jovem
Alma, sei que vela por nós.
Servem estas palavras para adiantar que a escrita há
muito se tornou imprescindível no meu processo de desenvolvimento, sendo a
forma ideal de comunicar comigo própria e com os outros. A partilha do
Conhecimento exige um contacto permanente com todos aqueles que de mim se
aproximam ou que comigo convivem, tendo-se transformado num “vício” saudável.
Tenho, por isso, de agradecer a todos por terem permitido este contacto e, mais
ainda, aos Mestres, aos Deuses e a Fernando Pessoa (Bernardo Soares) que me
guiam e ajudam a servir os meus semelhantes de forma tão gratificante e, de
certo modo, transcendente. Sempre ouvimos dizer que as palavras são como as
cerejas e, acho, que de cerejas quase toda a gente gosta... Daí, o meu gosto
pelas palavras que vão desfilando no meu pensamento despertando o desejo de as
partilhar convosco.
Cada palavra tem uma vibração própria que se projecta
muito para além de mim, assim como recebo tantas palavras que em mim fazem eco
quando a sua vibração me toca particularmente. A palavra escrita tem um peso
especial. Guarda-se na memória através do sentido mais poderoso que temos, o
sentido da vista. Os olhos são órgãos de acção que nos permitem descobrir o
Mundo que se abre à nossa frente quando despertamos para a Vida. A palavra
ouvida tem outro peso, outra medida, embora o seu registo seja uma realidade. O
que ouvimos, como ouvimos, depende da circunstância, da atenção dada e,
principalmente, do estado de espírito com que a escutamos. Se houver hipótese
de diálogo, tem vantagem sobre a palavra escrita que está sujeita,
naturalmente, à subjectividade da interpretação.
Palavras, para vos quero... Quero, desejo que, escritas, vos entrem pelos olhos dentro e façam acordar em vós uma interpretação tão vossa como é/foi minha.
OM SHANTI OM
Comentários
Obrigado avó!
LYTD