A MIM NINGUÉM NINGUÉM ME TIRA...
A MIM NINGUÉM ME TIRA...
Quando uma palavra ou uma frase me caem na cabeça, já sei que
tenho de perceber a ideia por trás e, só preciso de me sentar aqui e deixar que
o seu sentido e objectivo se mostrem! E, foi assim…
Na verdade, a mim ninguém me tira o manancial de informações
captadas através do olhar, do ouvir, do cheirar, provar ou tocar. Os sentidos
são o factor que nos permitem sair dum sonho e duma ilusão (Maya) e acreditar
que o mundo, na realidade, existe!
Dou especial atenção ao que vejo e ao que oiço e o toque pode ser
aquilo que me confirma a importância do que vi e ouvi. Considero a sabedoria
como resultado de experiências e vivências, a partir das informações
acumuladas, passando a fazer parte de mim como um valor a considerar, pois
assim estou em condições de orientar a minha vida no dia a dia e nas acções
propostas ou programadas.
A mim ninguém me tira as memórias de tanto que tive, em muitas oportunidades, de conhecer pessoas que
me proporcionaram momentos de exaltação, com as descobertas feitas através de
vivências extraordinárias e que me permitiram, igualmente, dar a mão a quem
queria atravessar uma ponte ou avançar por aquela porta que estava pronta para
se abrir e mostrar um novo caminho.
A mim ninguém me tira as condições com que cheguei a este mundo e
me deram os meios suficientes para viver com a qualidade e a sabedoria
adequada, que fui pondo ao serviço da comunidade em que estou inserida, a quem
chamo, carinhosamente, um grupo de almas.
A mim ninguém me tira o gosto que tenho em comunicar, por meio da
escrita, os meus sentires e partilhar o que sei e o que vou aprendendo com os
que estão à minha beira ou os que de me mim se aproximam. Pronta e disponível,
para receber no meu colo os que sentem esse chamamento, talvez inesperado ou
oportuno. Nunca vamos saber das razões que nos levam a fazer alguma coisa ou
actuar desta ou daquela maneira. Importante é respeitar um sentir profundo ou,
mesmo, inquestionável, que nos leva pelos caminhos apropriados ou ocasionais.
A mim ninguém me tira o privilégio de ter tido tantas oportunidades para ser e estar, de descobrir o que tinha e terei de saber para chegar ao fim deste percurso de vida, que me foi "oferecido" ou que escolhi noutro tempo e noutro espaço...
A mim ninguém me tira o saber que sei, porque o meu corpo vai
manifestando a cada passo um sentir que não se explica, é, simplesmente!
Resta-me apenas agradecer esta oportunidade de poder continuar a servir os que
me rodeiam e guardar no coração tudo o que vivi, pelo que olhei, ouvi, cheirei,
provei e toquei, a fazerem parte do que sou e como estou aqui e agora.
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