VIAGEM

 

VIAGEM

Dizem que a vida é uma viagem e que a percorremos com a vontade de conhecer o mundo, à medida certa para que nos sirva de espelho e onde possamos ver reflectida uma imagem onde nos vamos descobrindo como seres, em busca daquela verdade que nos toque e nos faça acreditar valer a pena o caminho a percorrer.

Para ser sincera, não gosto muito de viajar, ou melhor dizendo, empreender uma viagem com o destino apontado, mesmo que o considere interessante ou de importância significativa, sabendo das dificuldades inerentes ao objectivo, sobretudo se implicar o avião, como meio de transporte. No entanto, a ideia de ir considero mais apelativa, sobretudo se esse destino me proporcionar um tempo e uma oportunidade de olhar e ver o que chame a minha atenção. É preciso que vos diga que, fazer malas não é a minha especialidade e conto sempre com o jeito do meu marido para o efeito, como oficial de marinha especialmente treinado para pôr muita coisa em pouco espaço!...

Sinceramente, não me agrada a ideia de conhecer muitos lugares e percorrer tantos caminhos em pouco tempo e onde não me possa rever, minimamente. As viagens que fiz ao longo da vida, todas tinham o seu propósito, fossem de trabalho ou diversão pura, e deram-me a conhecer muitas formas de vida e uma boa ocasião para aumentar a minha cultura e saborear tantos gostos, tantos paladares e sistemas em que as pessoas me mostravam o seu valor próprio. As que fizemos de carro, foram, particularmente, produtivas, permitindo paragens e convívio com os que aproveitavam a boleia, uma boa oportunidade para melhor nos conhecermos. Um espaço fechado, e muitos quilómetros a percorrer, obriga-nos a uma exposição inevitável. Experiências que guardo na memória para sempre!!!

Na fase da vida em que me encontro, gosto particularmente de viajar pelas minhas memórias e mergulhar nas vivências que me proporcionaram o encontro com a minha essência e me ajudaram a um autoconhecimento de valor incalculável, servindo de ponto de partida para me manter pronta e disponível para continuar a servir os meus pares,  gozar o prazer de seguir, e a saber que sou responsável por manter a minha criatividade activa e desperta para o que me rodeia.

Nesta viagem que é a vida é bom acreditar na minha liberdade de ser e de estar, com os pés bem assentes na terra e a cabeça nas nuvens, atenta e com a consciência de que somos todos diferentes, mas todos iguais no sentir de cada dia. Vou, assim, viajando com a segurança necessária e a vontade de ver, ouvir e tocar tudo o que me atraia, irremediavelmente. É deste modo que vejo a vida e me conformo com o jeito necessário para poder prosseguir tranquila e confiante, dando graças pelas bênçãos usufruídas.



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