LISBOA, PORTO DE ABRIGO, PONTO DE PARTIDA
Quando, finalmente, conseguimos pôr fim às separações fizemos de Lisboa o nosso porto de abrigo e começámos uma nova vida. A adaptação não foi fácil, apesar da vantagem de termos a família reunida. Foram tempos em que tivemos de voltar a conhecermo-nos e a lidar com tantos feitios e maneiras de ser. Os pequenos mais velhos mudaram de escola para ficarem ao pé de casa, a mais velhinha também começou a sua vida de estudante e, assim por diante, até que estivessem todos na escola primária do bairro. O dinheiro não abundava e tão pouco as mordomias de índole africana, por isso, o meu marido foi obrigado a procurar trabalho extra fora da Marinha, enquanto eu me ocupava a tempo inteiro das crianças e lides da casa. Tinha de acompanhar os estudos e as actividades dos miúdos, coisa que me enchia bastante o dia. Entretanto, o trabalho que o meu marido arranjou, foi progredindo a ponto de o fazer pensar em deixar a Marinha e passar a dedicar-se a uma actividade civil, mais rentável e mais inter...