"DHARMA, OU A QUESTÃO DO DEVER



É de certo modo difícil definir “Dharma”, apesar de se poder traduzir por “Dever”. É no entanto um tema que me apraz trazer aqui, porque tenho consciência de que, sem uma noção de dever, não há harmonia possível. Dever, pressupõe um sentimento de certeza e clarificação em relação ao papel a desempenhar em qualquer circunstância. Quando estamos a fazer o que está de acordo com a nossa própria natureza e intenção, isso significa que o dever cumprido nos permite seguir em frente com tranquilidade e a certeza de um karma cumprido. “Dharma” e “Karma” estão pois, associados.
Muitas pessoas se interrogam sobre esta matéria. Qual é o nosso dever nesta ou naquela ocasião ou situação? O que é que nos leva a fazer o que está certo? Com o tempo e a experiência da vida, para além dos meus princípios educacionais, chego sempre à conclusão que quando me sinto bem é sinal que estou a cumprir o meu dever, seja de cidadã, mãe, avó, mulher ou qualquer outra das minhas participações na comunidade em que estou inserida. É importante perceber que, também, é preciso que as regras que nos regem sejam claras, de modo a que nos permitam cumprir o que há que cumprir. Se um professor não ensina, um médico não trata, um aluno não estuda ou a polícia não nos protege, podemos dizer que o caos se estabelece e não reina a paz. Não há cumprimento do dever...
Nos dias que correm, a globalização deu origem a uma certa confusão nas normas de conduta que variam de cultura para cultura. A partir do momento em que passámos a viver numa sociedade multirracial, os contactos que se fazem rápida e frequentemente e a facilidade com que nos deslocamos, acabam por confundir comportamentos. É verdade que todos os países têm as suas leis, as suas regras que, de um modo geral têm de ser cumpridas mas, no dia-a-dia temos, igualmente, de nos relacionar com diferentes modos de vida e de intenções e nem sempre dá para perceber qual o nosso dever, porque cada um se rege por diferentes conceitos de educação que nem sempre coincidem!
A única maneira de nos sentirmos à vontade nos relacionamentos e com a certeza de estarmos a cumprir os nossos “Dharmas”, é estarmos atentos e marcar o nosso espaço com delicadeza e determinação, sem julgar nem criticar quem, porventura, não pensa como nós. Um exercício de amor incondicional e de auto-estima que vale a pena para que reine a paz neste nosso reino.
Fiquem bem!




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