LIMITES



Quando o corpo nos diz que já não é possível absorver mais energia do que aquela que é capaz de gerir, é preciso que nos distanciemos das emoções carregadas de contradição que tenham provocado angústia ou desconforto. A tristeza que, subitamente, nos invade é o sinal de alarme que nos devia obrigar a accionar mecanismos de segurança que permitam mudar o rumo das coisas. O crescimento espiritual envolve um trabalho em que o sentir tem papel predominante. Vamos aonde temos de ir e estar com quem temos de estar, sendo o sofrimento um factor a ter em conta, pois a dor é o impulso que nos deve levar a fazer novos acordos ou mudanças de atitude, restabelecendo a harmonia indispensável à progressão dos processos iniciados.
À partida é preciso descobrir a origem e razão do problema, pois só é possível corrigir o que se conhece e, a partir daí, buscar a melhor forma de restabelecer o equilíbrio no sentir do corpo, que se manifesta instintivamente perante uma agressão. Sempre que alguma coisa ou alguém nos aflige ou sufoca excessivamente, pode querer dizer que a nossa actuação despertou e se abriu a esse contacto, seja presencial ou através do pensamento. Energia que não seja aplicada convenientemente ou sem uma boa receptividade de parte a parte, acaba por provocar mal-estar ou “intoxicação”. É verdade que não vivemos em redomas, por isso, é fundamental que estejamos atentos ao que o corpo nos “diz” e responder adequadamente às circunstâncias ou situações, com as “ferramentas” adquiridas através da experiência que as relações humanas proporcionam.
Os limites que nos impomos, servem para que DAR e RECEBER tenham a mesma medida, emissores e receptores que se complementem e se invertam constantemente. “Dar o que é preciso, à pessoa certa na hora certa”, segundo o Bhagavad Gita, é a grande sabedoria que nos permite evoluir com segurança, tranquilidade e sermos, ao mesmo tempo, pacíficos e pacificadores.

Fiquem bem!





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