A IMPORTÂNCIA DO TOQUE


A IMPORTÂNCIA DO TOQUE

Segundo Sir Desmond Morris, as primeiras impressões que recebemos como seres vivos, têm a ver com o que sentimos durante o tempo em que estivemos no ventre materno, um contacto íntimo, protector e aconchegante, flutuando e recebendo as impressões do meio ambiente. Nesta fase se vai desenvolvendo a maior parte do sistema nervoso, onde ficam registadas as várias impressões do toque, pressão e movimento. A necessidade de toque, bem como a sua rejeição, deixam a sua marca durante o período de gestação a que fomos sujeitos e a relação com o nosso exterior futuro, depende de como esta vivência aconteceu.
À medida que se aproxima o nascimento, o contacto vai sendo mais próximo, as impressões ficam mais nítidas e farão parte daquilo em que nos tornamos como adultos. O toque é uma necessidade e um factor determinante para os comportamentos, que se manifestam em gestos que são sempre o modo de voltarmos ao tempo em que fomos concebidos e gerados. Tocar faz parte constante da nossa maneira de estar, pois lembra-nos a sensação de segurança que o crescer no ventre materno proporciona.
A necessidade constante do toque, seja de que forma for, fará sempre parte da nossa existência, desde o primeiro momento em que fomos tomados no colo, aquele primeiro abraço que nos fez sentir bem recebidos e com a sensação de segurança, de que vamos precisar a vida toda e se vai manifestar das mais diversas maneiras. O abraço, de que nestas alturas sentimos muita falta, o tocar em alguma coisa ou em si próprio, é o jeito que temos de voltar àquele primeiro momento da nossa existência. Todos ganhámos forma de sentir segurança, conforto ou aceitação, daí usarmos instintivamente, toques que, por vezes, se tornam hábitos, como mexer no cabelo, tocar na cara ou remexer num botão da camisa… E, como é reconfortante chegar à cama e envolvermo-nos nos lençóis e assumirmos a posição fetal, preparados para dormir! E, que dizer da vontade de fumar ou beber? Lembrará o momento em que nos foi oferecido o primeiro leite, seja ele materno ou outro. Daí ser tão difícil deixar de fumar ou beber e mesmo, de comer.
Nestes tempos que estamos a passar, é bom recordar que o toque faz parte do ser e estar e que tem de se manifestar de alguma maneira, até naquele ridículo toque de cotovelos. Todos desejando poder dar um forte abraço aos que amamos, em que as sensações passadas nesse momento, serão a verdade do que sentimos naquele momento e com aquela pessoa. O conforto do contacto físico faz-nos sentir seguros e confiantes, uma energia reconfortante e extremamente importante, porque é fundamental e gostosa.
Na alegria do reencontro, aqui vos deixo um grande e forte abraço.

OM                     💞
SHANTI OM





Comentários

Fernanda Dias disse…
Parabéns Maria Emilia por mais esta bela publicação...
Costumamos dizer, de forma depreciativa "aquela vê com as mãos" e, de facto há muitos níveis de toque...desde a senhora que apalpa a fruta toda para levar 2 peças, para fúria do comerciante...até aquela pessoa que quando fala com alguém se atreve a pousar gentilmente a mão sobre alguma parte do corpo do interlocutor.
Esta experiência que estamos a viver, do É PROIBIDO TOCAR, permite-nos ser mais sensíveis e conscientes do toque que queremos dar!
Fernanda Dias

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