GRAFOLOGIA EQUIPARADA
GRAFOLOGIA EQUIPARADA
- UM
ESTUDO, UMA IDEIA -
A Vida é uma sucessão de ritmos
que se assemelham ao fluir da energia, inspiração, expiração. A inspiração
representa um crescendo na energia, um renovar do renovável. A expiração
simboliza um manter do equilíbrio dessa mesma energia. Do mesmo modo, quando
traçamos os nossos grafismos estamos a fazê-lo, inconscientemente, ao ritmo das
nossas inspirações e expirações. A nossa capacidade de controlo dessa energia
vai, naturalmente, determinar toda a evolução e modo de desenvolvermos o
traçado da escrita, expressão imediata do nosso pensamento que, também ele, é
comandado pela respiração. Assim, quando nos dispomos a escrever algo, logo
buscamos uma concentração necessária para o fazer. Uns segundos em que
procuramos uma pausa na respiração, aproveitando ao máximo essa energia que é
alimento do cérebro. A retenção/atenção vai, à partida, dar-nos a possibilidade
de ordenar a exposição a fazer. Mentalmente, inconscientemente, temos um
panorama antecipado do aspecto que vai tomar o texto depois de escrito.
Numa análise grafológica a
primeira coisa que salta à vista é a ordem. Essa ordem pode-nos dar logo uma ideia do
todo que ali ficou representado. Essa primeira fotografia é a mais importante
pois está “inteira”, não foi ainda dissecada. Um TODO que É a
pessoa que escreve, no momento em que escreve, com todos os seus defeitos e
todas as suas qualidades e modo de sentir, toda uma carga de um passado que
deixou as suas marcas e que promete imprimir o futuro. Aquilo que seremos é o
resultado daquilo que hoje somos...
É possível suspender a respiração – pulmões cheios – durante uns bons
segundos, sobretudo quando há o hábito da meditação. Lógica e naturalmente, nos
podemos aperceber de que quanto maior for a concentração, mais pequena será a
letra. Para escrever uma ou mais palavras de um fôlego, não é fácil fazê-lo com
letra grande. É claro que quando se fala em pequena e grande, falamos em termos
relativos pois uma letra tem, habitualmente, cerca de 3 mm de altura, mas, a
letra não terá apenas de ser de tamanho normal, terá, também, de ser ligada ou
pelos menos agrupada. Numa letra justaposta (letras todas separadas umas das
outras), nota-se, evidentemente, uma necessidade de pausa para retomar o fôlego
ou o fio do pensamento. A energia não abunda em quem não consegue ter uma
escrita minimamente ligada...
A forma das letras continua a ser
a forma que toma o sopro, particularmente nas pessoas de escrita pausada ou
lenta, pode-se verificar que as arcadas (curvas nas arestas superiores), por
exemplo, devem ser feitas numa inspiração, mais ou menos profunda – o ritmo
ascendente do traçado dá-nos a imagem de um quase suspiro. Este tipo de escrita,
arqueado ou em grinalda, mostra alguém que inspira e expira com uma certa
calma, mas sem grandes retenções. O raciocínio não será dos mais rápidos (o que
não tem a ver com inteligência) e a energia é boa desde que não lhe sejam
pedidos grandes esforços. Respiração regular, saúde regular e energia vital
equivalente.
Quanto maior for a concentração na
expiração, maior será a pressão da escrita. Quer dizer, quem expira
rapidamente, necessita descarregar tensões acumuladas e o papel poderá ser uma
espécie de bode expiatório do momento. Se for sempre assim, do grafismo dessa
pessoa se deduzirá um carácter sanguíneo – ferve em pouca água! Uma escrita que
tende para o alto é de alguém que inspira ao que há de mais elevado. No
entanto, é preciso que essa expiração/inspiração se mantenha numa harmonia
constante.
A vida é uma sucessão de ritmos
que começam/começou numa inspiração/expiração. A escrita é vida passada para o
papel. É o nosso todo que se estampa instintivamente e que não é mais do que o
retrato fiel do nosso ego e superego, com retoques ou sem eles, conforme as
circunstâncias que se nos apresentam em cada instante.
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