LEITURA DAS ALMAS
LEITURA DAS ALMAS
A leitura das almas precisa de uma aprendizagem e dum tempo para se viver uma vida cheia de experiências, as quais correspondem a umas tantas etapas do conhecimento individual. Para definir propósitos é preciso respeitar os códigos que a ética impõe e que são os bastantes para salvaguardar a liberdade, para que cada um possa dispor de si do seu espaço sem as prováveis interferências.
Afim de sintonizar com as vibrações mais elevadas, é
essencial fazer silêncio e sentir o que está para além da aparência. Não é
fácil, mas vale a pena procurar este encontro. É preciso notar que o corpo se
manifesta a todo o momento. A sua fisiologia é uma demonstração concreta da
matéria subtil que se apresenta para as acções específicas necessárias à
evolução, cuja continuidade é inevitável, embora tome várias aparências.
Estamos sujeitos às regras do Universo e, com o nosso livre arbítrio, mais não
podemos fazer do que seguir pela senda mais pacífica, mais adequada. A
passividade e o modo próprio de actuar significa que vamos fazendo os esforços
necessários para nos moldarmos às circunstâncias com a capacidade suficiente e
sem grandes desencontros. O corpo é o veículo, a ferramenta das acções que se
praticam no dia a dia. A sua mobilidade é essencial para o bom desempenho das
tarefas propostas. A alma expande-se e enche o corpo de anseios. Os impulsos
criadores são essenciais, são o motor do desenvolvimento. Quando a dor acontece
é indispensável estabelecer o diálogo com o corpo e entender as suas razões. A
linguagem não é linear e os códigos expressos estão sujeitos a inúmeras
interpretações. A subjectividade faz-se num campo de suposições que se alargam
à medida das queixas se estas, por sua vez, encontram eco aqui e ali. Todos
emitem ideias sobre o assunto, algumas bem abalizadas e cientificamente
justificadas, mas no fundo cada dor tem a sua história que começa onde acaba a
harmonia interior ou o cansaço se instala. As defesas caem na dura batalha da
vida mesmo se, como vencedores, cantarmos vitória. A alma respira de alívio
enquanto que o corpo guarda na sua memória as marcas de todas as lutas.
A ampliação da consciência é um passo para compreender a
relação alma-mente-corpo, corpo-mente-alma. A concentração funciona como
motor do conhecimento, fazendo disparar os mecanismos em que a afirmação tem um
papel preponderante. Entenda-se que o Homem é constituído por três corpos:
corpo físico, corpo astral e corpo causal. O corpo físico e os seus cinco
elementos: terra, água, fogo, ar e éter, estão sujeitos às cinco etapas da
existência: nascimento, crescimento, mudança, decadência e morte.
Pode-se, então, depreender a importância da relação que
existe entre os corpos que fazem de nós um todo, ligados à fonte de todas as
coisas. As experiências que se vão vivendo transformam-se no verdadeiro conhecimento
que cimenta a evolução estabelecida pela vontade. As dores são o trilho do
desapego, as marcas da individualidade que nos assiste e que é a nossa escolha.
Os objectivos a atingir tornam-se cada vez mais nítidos, as questões que se
põem são exercícios programados para que o caminho se faça com determinação e
segurança. Uma mente concentrada está perfeitamente equipada para interpretar a
realidade temporal de modo a ajustá-la às suas necessidades. A intuição e a
razão em equilíbrio. Toda a informação recebida é entendida, a razão discrimina
e actua sem demasiadas influências externas. Os sinais que o corpo recebe,
aparentemente contraditórios, são meras manifestações de energia, que
desencadeiam processos dolorosos difíceis de aceitar, pelo facto de vivermos
num mundo em que a dor não tem significado, nem sentido. Apagar a dor serve
essencialmente para que esta não seja impedimento à actuação indispensável. A
alma descansa na sua própria essência e desliga-se da matéria, logo que o karma
desta encarnação esteja cumprido.
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