FINITUDE

 

FINITUDE

Esta palavra apresentou-se-me logo pela manhã, e fiquei à espera que o seu sentido se mostrasse, ou a sua razão de ser, naquele preciso momento, porque os títulos dos meus textos, normalmente, surgem deste modo, desenvolvendo-se o tema a partir daí. Uma espécie de chamamento que aceito e deixo que as palavras fluam. A palavra “finitude” tem uma força, um peso respeitável, por isso era importante deixar que o seu significado e a intenção da sua presença na minha mente me tenha feito pegar no tema, afim de sossegar o meu espírito. Gosto de saber o porquê das coisas que me acontecem…

Na minha idade e condição, é natural ver chegarem ao fim muitas coisas, muitas relações, muitos factos e muitas emoções, que se vão continuando a manifestar duma forma mais ou menos subtil. A vida que vou vivendo cada dia, tem uma importância relativa e a parecer-me sem grande significado, apesar de acordar com a ideia de que vale a pena ser e estar e que cada momento ou circunstância, terão um motivo ou uma razão que, talvez me escape ou não valorize especialmente. Tenho por hábito acordar sem pressa (não gosto de saltar da cama de repente) e preparar-me para o dia, com a consciência do meu estado e condição, pois é muito importante sentir que estou apta a enfrentar o dia e as tarefas propostas ou agendadas, pronta e disponível para o que der e vier!
A vantagem de ter já vivido tantos anos, é ser colecionadora de imensas memórias, com o lastro de experiências particularmente intensas e, de certo modo, transcendentes a deixarem a sua marca indelével. Não sendo particularmente sociável, a vontade de partilhar conhecimentos e vivências extraordinárias da filosofia do Yoga, permitiu-me a graça de me relacionar com todos os que se dispunham a ouvir-me e a acompanhar-me em algumas aventuras, à descoberta daqueles mistérios que se nos deparavam provocadores. Ao longo dos anos e com o tempo, fui perdendo de vista alguns companheiros e percebendo que só estamos com quem temos de aprender ou estar disponível para receber o que lhes cabe do nosso sentir ou por simples companheirismo. A palavra desapego passou a ter de fazer parte da forma de aceitar a finitude dum contacto que passou para outro nível ou se diluiu no espaço e no tempo. Todos quantos me tocaram ou se deixaram tocar, continuam a fazer parte de mim, dentro deste grupo de almas, que prima pela liberdade e independência, mesmo saboreando a segurança e a confiança de saber que somos todos diferentes, mas todos iguais e que a solidariedade não é uma palavra vã.

Agradeço aos meus deuses que, de vez em quando, me oferecem motes para ir ao encontro do que me faz falta aprender ou ir à descoberta, continuando a viver cada dia, com alegria e aquela paciência necessária para saborear o que a natureza ainda me oferece. Basta olhar, basta VER!!!

Hoje continuo a gozar o privilégio de usar a escrita, as fotografias e alguma criatividade, como aquele meio ideal de comunicar sentires com quem estiver nesta onda de amor incondicional.

A finitude, parece-me, felizmente, que ficará sempre a cargo do universo…

OM SHANTI OM



Comentários

ARC disse…
Extraordinária análise da nossa vida.Beijos com muito AMOR.
Imediatamente após ter acedido a este último texto para o ler, senti uma fragcrância amadeirada que fundou ao terminar a leitura...estar em contato com a sua sabedoria e amor incondicional é como se pudesse disfrutar da sombra fresca de uma árvore frondosa de amplo tronco numa quente tarde de Verão.
Gratidão profunda🪔🪷🤗
Maria Emília disse…
OM SHANTI OM 🕉️

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