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A mostrar mensagens de dezembro, 2005

NATAL - UMA PASSAGEM

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NATAL – UMA PASSAGEM O Natal é uma época cheia de contradições. Fala-se muito no espírito de Natal, mas nem sempre nos damos ao trabalho de perceber o que isso quer dizer… Ouve-se, também, falar em solidariedade, distribuição de afectos feitos prendas e abraços e, no entanto, não é, senão, a sociedade de consumo a tomar conta de nós! Houve tempo em que, mal se aproximava esta época fatídica, entrava em depressão. Sim, depressão natalícia… Apercebia-me da sensação desagradável que era pensar nas compras que tinha, por obrigação, fazer, mais a preocupação para não deixar que a saudade dos ausentes se apoderasse de mim e de toda a família. A minha vida, como tantas outras, tem sido pautada por separações físicas e emocionais, rupturas irremediáveis e toda uma panóplia de “sentires” que me sufocavam até ao limite do conforto. É verdade que temos de trabalhar o desapego e que, este, não se pode confundir com distanciamento ou frieza de sentimentos, mas….quanto custa!!! Tenho-me como uma pe

BOAS FESTAS!!!

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DE VOLTA A GOA

Terminada a comissão de serviço em Diu (5 meses), voltámos a poisar em Goa de armas e bagagens... O meu marido foi nomeado para um Aviso (navio de guerra) que patrulhava a costa. Curiosamente, fomos parar à mesma casa que, por acaso, estava livre. A minha barriguinha de mamã já se notava, para grande alegria minha! O calor de Goa era, de facto, insuportável, tanto mais que tínhamos de dormir com mosquiteiro porque as janelas não estavam protegidas com uma rede. Muitas vezes nos sentíamos impelidos a tomar um banho a meio da noite para conseguir dormir. Os mosquitos não dão tréguas!!! Para entrarmos para a cama, era preciso muita técnica... apagávamos a luz e, de lanterna em punho, levantávamos um pouco o mosquiteiro para entrar naquela “tenda”; de seguida entalávamos o dito e, com a lanterna, procurávamos algum clandestino que estivesse com segundas intenções... De outro modo, não conseguiríamos pregar olho com os zumbidos característicos, para não falar das eventuais picadas. A vida r

BENÇÃO NUPCIAL

Resolvi explorar uma gaveta onde tenho as fotografias que se vão acumulando ao longo da vida, à espera da ocasião prometida para as arranjar... Apesar de tudo, posso considerar que não estão propriamente à “balda” porque as coloquei em envelopes, mais ou menos datados e referenciados quanto à circunstância. Quando os nossos filhos saíram de casa, achei por bem dar-lhes todas as fotografias em que se apresentavam como actores principais, daí não ter sido difícil dar com esta que vos apresento e que é o único registo que temos da tal benção nupcial junto do túmulo de S. Francisco Xavier. A data que consta no verso é Abril de 1959, creio que pouco depois de ter chegado. Curiosamente, este santo católico era bastante venerado em Goa e, o seu dia, festejado tanto por católicos como por hindus. Na altura, estava o corpo à vista o que se tornou um problema pois, nos dias festivos, as pessoas tinham por hábito beijar-lhe os pés!... Perante o desgaste provocado por esse costume, a Igreja resolv

LEMBRANÇA

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LEMBRANÇA

Resolvi explorar uma gaveta onde tenho as fotografias que se vão acumulando ao longo da vida, à espera da ocasião prometida para as arranjar... Apesar de tudo, posso considerar que não estão propriamente à “balda” porque as coloquei em envelopes, mais ou menos datados e referenciados quanto à circunstância. Quando os nossos filhos saíram de casa, achei por bem dar-lhes todas as fotografias em que se apresentavam como actores principais, daí não ter sido difícil dar com esta que vos apresento e que é o único registo que temos da tal benção nupcial junto do túmulo de S. Francisco Xavier. A data que consta no verso é Abril de 1959, creio que pouco depois de ter chegado. Curiosamente, este santo católico era bastante venerado em Goa e, o seu dia, festejado tanto por católicos como por hindus. Na altura, estava o corpo à vista o que se tornou um problema pois, nos dias festivos, as pessoas tinham por hábito beijar-lhe os pés!... Perante o desgaste provocado por esse costume, a Igreja resolv

FORTALEZA DE DIU

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GRANDE AVENTURA

DIU V erdadeiramente, não se pode dizer que tive lua-de-mel de acordo com as regras, no entanto, a esta distância consigo considerar que, ir para Goa, para Diu e, novamente, para Goa, foi uma lua-de-mel no sentido em que vivíamos em permanente estado de exaltação, pois não podia ser de outro modo a existência que levávamos! Bem, o meu marido prometeu-me uma viagem aos Açores e, essa promessa ainda não foi cumprida... O Karma lá sabe... Serve o que acima disse, como introdução à etapa “DIU”. Não me lembro do tempo que levou a viagem, mas não me esqueço do cansaço com que aterrei em mais uma terra estranha e, como não bastasse, mal chegámos, fomos convidados pelo Governador para jantar no palácio onde ele, a mulher e os filhos, habitavam. Não houve jeito de recusar, claro! Lá aparecemos como pudemos e o jantar decorreu sem incidentes de maior para além da dificuldade que tive em manter os olhos abertos ao serão. Compreende-se que, em lugares isolados, quando chega alguma cara nova não se

AO SOL PÔR...

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EMBARAÇO

Aproveitando um tempo livre no meu trabalho, resolvi dedicar-me à continuação do texto que havia começado em casa e que dá seguimento às minhas estórias de vida. Dei por terminado mais um capítulo, fiz uma pausa para dar atenção a outra tarefa, esperando voltar logo para o computador. Voltar, voltei, mas num abrir e fechar de olhos, o dito desligou-se porque, dizia “ele”, tinha havido um problema que punha em risco o próprio... Nunca mais o consegui “reanimar” por mais voltas que desse. Em desespero, falei com a pessoa que me tem dado uma mão nestas ocasiões e estou certa que, na segunda-feira, a coisa fica resolvida. Quando dependemos das máquinas é preciso contar com estes percalços. Felizmente tinha gravado o que acabara de escrever, por isso, é só uma questão de tempo para que retomemos o fio à meada. Os computadores são como algumas pessoas, têm manias ou, como diz um amigo meu, dá-lhes os nervos ou alguma “virose”! Assim terminou mais uma semana de trabalho e o Natal aproxima-se

TEMPO DE ESPERA

Enquanto não chega a oportunidade para continuar a contar-vos as minhas estórias, apresento-lhes mais uma mensagem daquelas que vou captando sempre que a ocasião e a necessidade acontece. Aproveito para dizer que estou ao dispor para debater algum tema que vos interesse, aceitando o diálogo que se possa estabelecer no contexto em que esta prosa se insere. Como verificam pelo meu perfil, a minha onda é filosófica dentro do Yoga Integral. A minha experiência de vida é um reflexo dessas ideias com as quais contactei bastante mais tarde, mas que, vieram ao encontro da minha maneira de ser e de estar. A talhe de foice vos digo que o ponto em que vão os acontecimentos aqui narrados, se passa nos anos 60. Assim poderão melhor perceber a época de que vos falo. “Para que as mudanças aconteçam é preciso ser persistente e ter força para avançar e, ao mesmo tempo, ganhar confiança. Atingindo um estado de plenitude alcança-se a maturidade que nos permite fazer o que temos que fazer e ser o que o qu

VIDA NOVA

GOA Depois de 36 horas de voo, esperava-me uma vida nova que em nada se pareceria com aquela que acabava de deixar. O meu marido/noivo, tinha arranjado uma parte de casa, algures em Pangim, creio que a zona para onde fomos morar se chamava D. Bosco. A casa era de umas senhoras Tailandesas que viviam de alugueres a pessoal em comissão. Uma moradia simpática, com varanda e tudo! Contávamos com 3 divisões, dispostas em fila: sala comum com varanda, quarto e uma suposta cozinha que nem lava-loiça tinha. Casa de banho?...Bem, a casa de banho situava-se no fim da varanda que dava para o quintal e, para além do uso próprio, era lá que se lavava a loiça e, de lá, se trazia a água para uso doméstico. Na pseudo-cozinha, havia uma mesa sem cadeiras e, nas paredes, uns suportes onde ficavam pendurados os tachos e as panelas. Onde cozinhava?.... Pois... Talvez não acreditem, mas a menina de Lisboa, burguesa de raiz e transplantada para outro “planeta”, teve de aprender a usar um fogão a petróleo qu