MEMÓRIA...

A vantagem de escrevermos um diário de viagem é que a memória não nos atraiçoa… e, como descobri um caderno onde descrevi a viagem à Índia com bastantes pormenores, constatei que a tal visita ao “Ashram”, afinal, foi três dias depois da nossa chegada. Aqui fica o reparo, com as minhas desculpas.
Depois da nossa excursão, antes de regressarmos ao hotel, ainda passámos por um Centro de Yoga que não despertou o nosso interesse pelo que nem nos demos ao trabalho de pedir informações. Como tínhamos almoçado bem, decidimos ir ao mercado comprar fruta e umas bolachas de água e sal para o jantar. Esse foi, muitas vezes, o nosso menu durante a viagem, gozando da variedade de fruta que há nas zonas tropicais. Por norma nunca comemos nada cru sem lavar e tirar a casca para evitar problemas intestinais o que, felizmente, nunca aconteceu.
No dia seguinte, já mais repousados, metemo-nos a caminho até à estação onde obtivemos informação sobre o Instituto de Yoga da Indra Devi de que tínhamos ouvido falar. Estávamos apostadas em experimentar uma sessão e quando lá chegámos percebemos que a ideia era boa; gostámos do ambiente e do asseio que, já se sabe, nestas paragens conta muito! Combinada a hora para o dia seguinte, passámos o resto do dia a cirandar pela cidade, fizemos umas comprinhas e ainda meter o nariz no Hotel Taj Mahal onde descansámos as pernas e a vista pois é um hotel de luxo lindo.
Chegámos ao Instituto à hora aprazada e lá nos instalámos numa esteira; connosco estavam umas indianas, poucas, vestidas de sari!!! A Mestra Sita Devi dirigiu-se a nós, admirada com a nossa presença e, quando lhe dissemos que gostávamos de ter uma lição ela não gostou muito, dizendo que assim não teríamos proveito, etc. Depois, lá se convenceu a deixar-nos ficar. Ela foi sempre dando instruções para os exercícios, com uma voz muito suave, junto de cada pessoa, nunca se ouvindo o que dizia às outras pessoas. Percebemos que cada uma tinha o seu programa próprio, tipo terapia; de salientar o facto de as aulas serem exclusivamente para senhoras, os homens tinham outro horário. Como é conhecido, naquela cultura há separação de sexos. Ao princípio foi difícil porque a aula não tinha nada a ver com aquilo a que estávamos habituadas, mas acabamos por nos sentir bem. À saída, ainda tirámos umas fotografias no jardim da casa para recordação. Quando nos vínhamos embora apareceu um rapaz de Goa que era músico e falou connosco num Português mal amanhado, convidando-nos para assistir a uma sessão de música (cítara e timbales) o que foi bastante simpático e agradável.
O dia acabou outra vez no Hotel Taj Mahal para assistirmos a um espectáculo de danças indianas que nos encantou, apesar de não ser coisa desconhecida para nós, visto já termos assistido a um semelhante em Lisboa. Nesse dia, jantámos na cidade antes de regressarmos à nossa “casinha” para descansar e preparar a viagem para Ganeshpuri, agora sim, a caminho do “Ashram” do Suami Muktnanda que fica para trás do Sol posto… e as viagens na Índia não se contam aos quilómetros, mas ao tempo! O marido da minha amiga não nos acompanhou nesta aventura porque ia visitar Goa para matar saudades do tempo em que lá esteve estacionado como oficial de marinha, tal como o meu marido. Foi lá que nos conhecemos, lembram-se?
Obrigada pela atenção que dispensam às minhas estórias.
Fiquem bem!!!

Comentários

Aldina Duarte disse…
Bom! estou aficar com as leituras em atraso... ainda não é agora que vou por "a escrita em dia"... beijos e até logo com comentários mais dedicados ao assunto em questão! passei só para mandar um beijinho!

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