REFLEXÕES

Jardim das Amoreiras (Lisboa)



Estamos no Outono, uma estação que nos leva a um certo recolhimento para reflectir, depois da agitação que o Verão implica. Há pessoas que não gostam desta época, talvez por verem a natureza a despir-se e a resguardar-se, preparando-se para o Inverno. Eu, por acaso, gosto do Outono quando ele se apresenta com as sua cores vivas e a suavidade dos dias sem vento e a temperatura naquele ponto em que, durante o dia ainda consigo andar sem muita roupa e à noite a saber-me bem o aconchego do edredão, para mim, uma das melhores sensações pois que me lembra a protecção do ventre materno.
A propósito de Outono, tenho dado comigo a pensar que, também eu estou no Outono da vida. Vou avançando na idade, com a consciência de ter feito um percurso de alma em que as acções tiveram um papel e o seu registo uma marca. O “Satsanga” completou 25 anos, estou casada há quase 50, tive 4 filhos, tenho 8 netos, cerca de 20 sobrinhos, já perdi a conta aos sobrinhos-netos, escrevi 4 livros e plantei umas quantas árvores! Curiosamente, tive a sensação de ser eterna quando nasceu o nosso primeiro neto… Quando nascem os filhos somos ainda muito novos para pensar nesse conceito e um neto permite-nos realizar que a família se prolonga no tempo e no espaço, levando consigo a marca dos valores em que acreditamos, impressa nos seus genes. Naquele dia tive a certeza de que não ia morrer!
Agradeço, aqui e agora, as palavras amáveis que me dispensaram nesta celebração e, neste Outono tranquilo, saúdo todos quantos têm feito parte da minha Alma e os seus percursos, família, amigos e companheiros nesta viagem espiritual, sabendo como é importante estarmos sós, mas não sozinhos.
Fiquem bem!

Comentários

Manel disse…
Que rica vida, é o que me apetece dizer. Também gosto do Outono, aliás, há poucos dias escrevia sobre isso mesmo.

http://bluetisthelifeofwaters.blogspot.com/2008/10/harvest-girl.html

Já nem me espanto com as coincidências. E assim seguimos, sós, mas não sozinhas. Um grande beijo, querida ME.
Anónimo disse…
Obrigada Joaninha,

Os bons encontros guardam-se no coração e alimentam-lhe com a partilha.

Beijos

ME

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