FRAQUEZAS
FRAQUEZAS
A nossa condição humana
leva-nos a ter algumas fraquezas, principalmente no que respeita ao ânimo para
continuar com a missão, ou missões que nos cabem. Esse estado de espírito
resulta das dificuldades que os caminhos apresentam, sobretudo quando a tónica
é posta na espiritualidade. Sempre achei que um Ser espiritual é aquele que
leva a vida com a ideia de que pensamento e acção devem estar em harmonia, com
a consciência do dever que se manifesta no sentir de cada dia. As dúvidas
assaltam-nos a todo o pé de passada, o medo toma conta do pobre Ego que, de vez
em quando, nos acena para mostrar que, apesar de tudo, vivemos na matéria,
coisa difícil para dizer a verdade. O desapego deveria ser a meta presente em
cada etapa e a cada obstáculo, mas custa!!!
Considero que a vida é
um dom transcendente, na medida em que questiono o seu verdadeiro sentido,
porque me escapa a verdadeira razão da sua existência. A alma que reside neste
corpo tem, por vezes, necessidade de se libertar dos pesos que acarreta. Nos breves
momentos em que conseguimos mergulhar no nosso espaço interior, quando
meditamos, o encontro dá-se com a essência que somos, dando-nos um vislumbre da
paz que se alcança com a liberdade assim conquistada. Essa sensação prevalece
até ao próximo encontro com a matéria pura e dura. A realidade estampa-se,
então, na nossa cara a lembrar que há muito trabalho para fazer, muito karma
para cumprir até que se dê a realização final! A ligação à terra tem de ser uma
constante, ao mesmo tempo que a cabeça lá vai pairando nas nuvens para que o
sonho não esmoreça. Os caminhos da espiritualidade exigem muito e, acima de
tudo, criatividade quanto baste para renovar, re-inventar e colorir a paisagem à medida que ela se vai
desenrolando perante os nossos olhos, desafiando-nos a cada momento.
As nossas fraquezas
vão-se transformando em forças que advêm da necessidade de continuar em frente,
de peito feito e olhar posto no horizonte que desponta e nos alicia, sem falsas
promessas, nem ilusões que nos afastem dos objectivos e da ideia que é preciso
viver cada minuto como se fora o último. Sabendo que não estamos sós nesta
jornada em curso, alimentamos a esperança de que a nossa breve passagem pela
terra, nesta encarnação, seja um marco válido e uma memória que alimente o
espaço sideral onde nos encontramos.
Sempre que se chega ao fim de uma etapa, já se
avista a próxima com as suas lutas próprias, com o ideal de unidade na
diversidade. Juntos, mas conscientes da individualidade que somos, atentos e
obrigados a cumprir o que tiver de ser cumprido, caminho para que o livre arbítrio se
mantenha ao mais alto nível. Disponíveis e discriminativos, fazendo deste
processo de desenvolvimento uma realidade e um acto de amor incondicional.
OM SHANTI OM
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