AI, MEU DEUS!
AI, MEU DEUS!
Uma exclamação que usamos tantas vezes, que foi fazendo
parte do léxico popular e, verifico que há muita gente a usá-la, apesar de se
reclamarem de ateus ou agnósticos! A ideia de Deus ou de qualquer outra
entidade superior, penso que é uma necessidade dos humanos de terem alguma
protecção, quando se sentem perdidos ou desamparados e a precisarem dum
aconchego para conseguir sobreviver às agruras da vida. Se pensarmos bem, a
nossa fragilidade manifesta-se com frequência, e nos momentos mais difíceis,
temos mesmo de clamar por ajuda, seja de que maneira for e, à falta de melhor,
recorremos a Deus, aquela entidade invisível que assume o seu, aparente, papel
de superior.
Também há muita incompreensão sobre esse tal papel, e
dúvidas sobre a sua competência, quando constatamos haver tanta miséria neste
mundo, que nem sabemos porque tal acontece, e é sempre melhor atribuir a
responsabilidade a alguém! Reclamamos pelas aparentes injustiças, pelas
crianças que sofrem, pela fome ou pelas guerras. O tal Deus, a existir, até se
deve rir da nossa ignorância e falta de consciência ou sabedoria, para
percebermos que estamos, na verdade, entregues a nós mesmos e a
responsabilidade a bater à nossa porta, por cada pensamento ou acção.
Se assumirmos as nossas fraquezas não nos parece mal, pedir
ajuda a qualquer dos Deuses que nos sirvam ou, com humildade, dizer: se
Deus quiser...
Naturalmente, fui educada numa religião e sem questionar a
tal existência de Deus, até vir a crescer como ser e a ter oportunidade de ser
livre o suficiente para me dedicar ao meu sentir mais profundo, podendo ir ao
encontro da minha própria verdade. Comecei a pensar que Deus é uma energia
superior que nos transcende, que este universo, em que estamos inseridos,
escapa ao nosso entendimento e que isso não tem importância nenhuma! Temos de
dar forma a uma entidade de acordo com a nossa cultura, até porque precisamos
de algo concreto, uma vez que o abstracto é difícil de captar, de entender…
Assim, vou tentando aceitar o que a vida me oferece, como
meio de aprendizagem e seguir, confiante, até que Deus queira...
Afinal, sei que nada sei, valha-me
Deus!!!
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