EXPERIÊNCIAS Q. B.

 

                                     EXPERIÊNCIAS Q.B.
A vida é feita dum conjunto de experiências quanto baste, permitindo-nos acordar sentires e manifestações que vão dando forma ao que somos e a estabelecer um ser e um estar, suficientemente bem afirmados, para que a nossa existência siga confiante. O que sabemos será sempre fruto do que fomos experimentando e, esse conhecimento, fará parte das qualidades que apresentamos ao mundo onde nos encontramos envolvidos. Sempre considerei que as informações colhidas, não passarão disso até que passemos à acção e o resultado será o verdadeiro conhecimento ou aquela sabedoria a fazer de quem a conquistou, alguém capaz de cumprir o que quer que seja. Valorizo especialmente a ideia de que, pôr as mãos na massa, é uma acção determinante para a concretização dos objectivos e nos dar a sensação de pertença, fortalecendo os laços que unem os que estão num grupo de almas particular.
O saber de experiências feito consolida-se e afirma-se no dia-a-dia, permitindo-nos saborear a existência, acreditando valer a pena estar aqui e agora, prontos e disponíveis para o que der e vier. Tudo o que tivermos oportunidade de aprender é uma mais-valia, para que seja possível cumprir o karma desta passagem, em que as nossas pegadas possam vir a ser, de marca suficientemente válida para as gerações futuras! Aprender faz parte dum processo em que vamos limando arestas e desenvolvendo capacidades, onde a ética tem o papel principal e a necessidade de partilha, e uma cumplicidade que nos permita confiar e agir com determinação.

Ao longo dos anos constatei que a minha verdadeira escola foi o privilégio de ter vivido muitas experiências e convivido com tantas pessoas, com as quais fui aprendendo sobre as relações humanas a vários níveis e, com elas, fui tomando consciência da minha própria identidade. Tenho, no entanto, a considerar que a minha educação foi a base principal para conseguir tirar proveito das tantas oportunidades que a vida me tem oferecido. A estrutura familiar em que fui criada, deu-me uma base sólida e, ao mesmo tempo, uma confiança para poder gerir o meu comportamento e nas acções em que me encontro ocupada, de modo a que sejam positivas para todas as partes, inseridas num determinado contexto.

Continuo a pensar que devemos viver a vida, aproveitando as experiências apresentadas pelo caminho, de modo a que o conhecimento vá ficando mais estabelecido, e o que sabemos que sabemos a não deixar dúvidas. Há muito que percebi que, na vida, quem tem de mandar sou eu e, essa responsabilidade um factor preponderante, ao mesmo tempo, dando-me a noção de liberdade com responsabilidade. Foi assim que a minha mãe me ensinou, e sempre nos exigiu como comportamento que acredito ter sido um dos maiores valores que me foram dados que privilegio a cada passo, e que, também procurámos transmitir aos nossos filhos.

Experiências quanto baste, mas a continuar a ser o melhor meio de aprender o que é ser e estar em equilíbrio, e a gozar o prazer de seguir por um caminho em que não sabemos como se faz nem como quando chega ao fim! É isso viver, acho eu…

                               





                 OM SHANTI OM

Comentários

Gonçalo Sousa disse…
Que testemunho de vida tão bonito! As suas palavras mostram como as experiências nos moldam, transformando o conhecimento em verdadeira sabedoria. Admiro a sua visão de que viver é experimentar, aprender e partilhar, sempre com equilíbrio e ética. A sua capacidade de aproveitar cada momento e valorizar o que a vida nos oferece é inspiradora. Sinto-me abençoado por ter uma avó que transmite tanta força, amor e ensinamentos. Que as sua palavras continuem a guiar-nos e a fortalecer as gerações futuras. Obrigado por seres um exemplo tão bonito

LYTD
9:52 da manhã
Enviar um comentário

Mensagens populares deste blogue

SOMBRAS

Imagem
Tenho andado a pensar muito nas sombras que nos perseguem quando o Sol não está a pino! Quero com isto dizer que, apesar da atenção que damos aos pensamentos predominantes, sempre surgem sombras que nos acompanham e nos fazem sentir as piores pessoas do mundo... Penso que a culpabilização que resulta da consciência do lado obscuro da nossa existência, tem a ver com a cultura em que estamos inseridos e que nos obriga a, constantemente, levar a mão ao peito, “mea culpa, mea culpa, mea máxima culpa”, até que nos sejam perdoados os pecados. E pior, são os pecados por omissão!!! Aquelas boas acções que devíamos ter feito mas não fizemos. Quando era pequena, a minha mãe obrigava-me a ir à confissão pelo menos uma vez por ano, normalmente na altura da Páscoa, e eu lá ia contrafeita e preocupadíssima com o que tinha de confessar a um senhor que eu não conhecia de lado nenhum. Chegava a escrever num papel os meus “pecados” para não me esquecer, mas com os nervos atrapalhava-me sempre e balbuc...
Ler mais

MEDITAR, COMO E PORQUÊ

Imagem
  MEDITAR, COMO E PORQUÊ Quando oiço falar de meditação vem-me à memória o tempo em que, pela primeira vez, esse assunto entrou na minha vida e me falaram dessa acção, nos primeiros cursos de yoga que fiz em Inglaterra, nos idos 70/80. Confesso que, nas primeiras vezes que nos puseram em posição para começar a meditar, as minhas pernas não acharam muita graça e tive de ir encontrando a melhor forma de aguentar, com a ajuda de uma almofada, até encontrar a posição ideal. A meditação remetia-me para a ideia de pensar em coisas agradáveis ou associar a um estado transcendente reservado a monges, portanto inacessível ao comum dos mortais. Só com a continuação e a ajuda de alguns mestres, vim a perceber exactamente o como e o porquê desta prática tão importante, que passou a fazer parte da minha vida para sempre, sentindo que medito de cada vez que me encontro envolvida num objectivo, ou pelo simples prazer de estar naquele silêncio que tanto me diz! No fim, meditar é simples, se pensar...
Ler mais